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terça-feira, 29 de julho de 2008

Dia triste

"(...) Hoje o dia esteve triste, chuvoso, sem uma única aberta, como a minha futura velhice. Sinto-me apertado em pensamentos tão estranhos, em sensações tão obscuras, voltreiam na minha cabeça questões tão nublosas - e eu sem força nem vontade para resolvê-las. Nem sou eu quem pode resolvê-las. (...)"

Fiódor Dostoiévski, Excerto de "Noites Brancas"

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Festa da Alegria

Só uma amostra...

quarta-feira, 16 de julho de 2008

"Yolanda"

"Esto no puede ser no mas que una cancion
Quisiera fuera una declaracion de amor
Romantica sin reparar en formas tales
Que ponga freno a lo que siento ahora a raudales
Te amo
Te amo
Eternamente te amo
Si me faltaras no voy a morirme
Si he de morir quiero que sea contigo
Mi soledad se siente acompañada
Por eso a veces se que necesito
Tu mano
Tu mano
Eternamente tu mano
Cuando te vi sabia que era cierto
Este temor de hallarme descubierto
Tu me desnudas con siete razones
Me abres el pecho siempre que me colmas
De amores
De amores
Eternamente de amores
Si alguna vez me siento derrotado
Renuncio a ver el sol cada mañana
Rezando el credo que me has enseñado
Miro tu cara y digo en la ventana
Yolanda
Yolanda
Eternamente Yolanda
Yolanda
Eternamente Yolanda
Eternamente Yolanda"

Pablo Milanês


O Teu Retrato

Quero tirar o teu retrato
Mas não o fotográfico,
Quero tirar aquele retrato
Que mostre para lá do corpo
Que veja para lá da pedra de gelo...

O retrato que mostre a sensibilidade
De quem gosta de coisas simples
E mostre o brilho no olhar,
De alguém, que se encanta com o suar
Dos corpos dos trabalhadores

O retrato que mostre o olhar matreiro
Da menina que afoga galinhas
E mata com uma fisga as osgas.
Que finge chorar uma lágrima
Para que a deixem jogar à bola

Quero tirar o retrato
Que mostre um coração amordaçado
A querer falar, gritar e sorrir
Um retrato que mostre o medo
Que só as pessoas sensíveis possuem.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Lixo jornalístico

João Pereira Coutinho, escreve num dos seus artigos de opinião da Revista única, sobre as FARC e o posicionamento do PCP face ás FARC.
O artigo é exemplar pela sua dualidade, seguidismo e incapacidade crítica o que não é de estranhar, é para isso que lhe pagam e como bom "cão-de-fila" ele lá vai escrevendo aquilo que agrada aos chefes.
Seria pedir muito a João Pereira Coutinho que disse-se que Uribe não só "pretende exterminar" os "terroristas" mas também os sindicalistas e todos os que se lhe opõem e que tem conseguido "dizimar" muitos dos que ousam criticá-lo.
Seria pedir muito a João Pereira Coutinho que relata-se a mortandade causada, entre as populações da Colombia, pelos para-militares de extrema direita, financiados por Uribe e por multinacionais norte-americanas (como uma investigação do Congresso dos Estados Unidos comprovou).
Seria pedir muito a João Pereira Coutinho que disse-se que o PCP apresentou um voto na Assembleia da Republica que não só felicitava a libertação da senhora, mas condenava também as práticas do Sr. Uribe.
Seria pedir a João Pereira Coutinho que fosse verdadeiro e honesto, mas não lhe pagam para isso...

sábado, 12 de julho de 2008

Recordações

"(...) Nas recordações de qualquer homem há certas coisas que ele não revela a toda a gente, apenas aos amigos. Há outras que nem aos amigos ele revelará, apenas a si mesmo e só secretamente. E, finalmente, há outras que o homem até a si mesmo tem medo de revelar, e qualquer homem até a si mesmo tem medo de revelar, e qualquer homem decente acumula bastantes recordações dessas. Ou seja, quanto mais decente for, tantas mais recordações dessas tem. Pelo menos, eu, pessoalmente, só há pouco ousei recordar certas aventuras do meu passado, a que até então me esquivara com uma espécie de inquietação. Ora, neste momento, quando não só estou a recordá-las mas ainda por cima me atrevo a anotá-las, queria experimentar: é possível, ou não, ser-se absolutamente sincero pelo menos consigo mesmo e não ter medo de toda a verdade? (...)"

Fiódor Dostoiévski, Cadernos do Subterrâneo

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Promessa do "mercado livre"

"(...) Os meios de comunicação globais fabricam as notícias e distorcem abertamente o curso dos acontecimentos mundiais. Esta "falsa consciência" que se infiltra na nossa sociedade impede o debate crítico e mascara a verdade. Em última análise, nega o acesso a um entendimento colectivo dos mecanismos de um sistema económico que está a destruir a vida das pessoas. A única promessa do "mercado livre" é um mundo de agricultores sem terra, fábricas fechadas, trabalhadores sem emprego e programas sociais destruídos, com o "amargo remédio económico" da OMC e do FMI a constituírem a única receita. Temos a obrigação de restaurar a verdade, de denunciar os meios de comunicação de massas controlados pelas empresas, devolver a soberania aos nossos países e aos povos dos nossos países e desarmar e abolir o capitalismo global. (...)"

Michel Chossudovsky, A globalização da pobreza e a nova ordem mundial

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Transbordante felicidade

Procuro em cada palavra tua
o momento de te encontrar.
Em cada olhar teu
vejo a beleza dos sentimentos.
Em cada sorriso dos teus lábios
imagino o gosto do teu beijo.
Em cada gesto teu
sinto o calor do teu abraço.
E a cada vez que te revejo
sinto uma transbordante felicidade.


domingo, 6 de julho de 2008

O fundamentalismo da ignorância

A Lei do tabaco que impede o fumo em locais públicos fechados conseguiu permitir que os fundamentalismos de alguns ignorantes se soltassem.
Não que eu discorde da Lei... pelo contrário, concordo. O problema está em uns quantos que se soltaram, à custa da Lei, para virem demonstrar todo o tipo de argumentos fundamentalistas baseados em opiniões de uma espécie de teologia dogmática sobre a saúde e o bem estar.
Toda esta minha dissertação vem a propósito de me ter deparado com o insólito aviso de proibição de fumar num parque de estacionamento automóvel coberto do Cascais Shopping, passe a publicidade. Tanto quanto eu saiba estes parques de estacionamento devem ter extracção de fumos para terem Licenças que lhes permitam funcionar...
Então, várias hipóteses se colocam:
1ª - Este parque não ter extracção de fumos pondo em perigo a vida das pessoas, uma vez que todos conhecem o perigo, de envenenamento por monóxido de carbono, que é ter carros a trabalhar em espaços fechados.
2ª - Os Senhores do Cascais Shopping serem uns cientistas malucos que tenham descoberto que o tabaco é mais prejudicial à saúde do que snifar os fumos de um tubo de escape de um automóvel
3ª - Os senhores do Cascais Shopping serem uns fundamentalistas que querem impôr a sua opinião aos outros!!!

sábado, 5 de julho de 2008

"Um Homem na Cidade"

"Agarro a madrugada
como se fosse uma criança,
uma roseira entrelaçada,
uma videira de esperança.

Tal qual o corpo da cidade
que manhã cedo ensaia a dança
de quem, por força da vontade,
de trabalhar nunca se cansa.

Vou pela rua desta lua
que no meu Tejo acendo cedo,
vou por Lisboa, maré nua
que desagua no Rossio.

Eu sou o homem da cidade
que manhã cedo acorda e canta,
e, por amar a liberdade,
com a cidade se levanta.

Vou pela estrada deslumbrada
da lua cheia de Lisboa
até que a lua apaixonada
cresce na vela da canoa.

Sou a gaivota que derrota
todo o mau tempo no mar alto.
Eu sou o homem que transporta
a maré povo em sobressalto.

E quando agarro a madrugada,
colho a manhã como uma flor
à beira mágoa desfolhada,
um malmequer azul na cor,
o malmequer da liberdade
que bem me quer como ninguém,
o malmequer desta cidade
que me quer bem, que me quer bem.

Nas minhas mãos a madrugada
abriu a flor de Abril também,
a flor sem medo perfumada
com o aroma que o mar tem,
flor de Lisboa bem amada
que mal me quis, que me quer bem."


Ary dos Santos / Carlos do Carmo

quinta-feira, 3 de julho de 2008

"Soneto da Fidelidade"

"De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure"

Vinicius de Moraes

PS: Para uma feia

terça-feira, 1 de julho de 2008

Minuto de alegria e felicidade

"(...)Nunca me passaria pela cabeça obscurecer com uma nuvem sombria a tua felicidade serena e límpida, nem, com uma acusação amarga, encher de angústia o teu coração, feri-lo de secretos remorsos e obrigá-lo, no momento de felicidade, a bater com mágoa, nem pisar nenhuma daquelas ternas flores que entrelaçaste nos teus caracóis negros quando subiste com ele ao altar... Oh, nunca, nunca! Que seja límpido o teu céu, que seja claro e sereno o teu sorriso, que para sempre sejas louvada pelo minuto de alegria e felicidade que levaste a outro coração, solitário e agradecido!(...)"

Fiódor Dostoiévki, Excerto de "Noites Brancas"