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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

"Construção"

"Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acbou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado

Por esse pão pra comer, por esse chão prá dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir,
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair,
Deus lhe pague Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir,
Deus lhe pague"
Chico Buarque

domingo, 30 de agosto de 2009

Moços que parecem homens e nunca forma meninos

"(...) O telhal está silencioso e deserto, e o vento zune no caniço dos esteiros, negros como breu. No céu, nem uma estrela. As luzes mortiças dos saveiros, ao longe, adensam a noite.
Mas o Gineto não tem medo. Já por duas vezes que atravessou o esteiro, com o lodo pelos joelhos, para ir roubar carvão da Fábrica Grande. No Largo da Vila já há armações para a Feira - e ele quer voltar a ver Rosete na barraca de tiro; quer comprar-lhe beijos com dinheiro que no telhal não chegou a juntar.
Por isso, atravessa de novo o esteiro, agora cheio de água; depois rasteja e corre para junto do carvão, com que vai enchendo a saca, precipitadamente, atento aos ruídos e focos de luz. As máquinas, porém, abafam os passos dos guardas, confundidos com as trevas. Quando esboça a fuga, é tarde de mais, perante homens lestos e potentes como o Rex - o canzarrão da Quinta Alta.
Preso e manietado, dorme no posto da Guarda Republicana, depois do interrogatório sumário. Dorme?... Não: Congemina fugas e pensa que os companheiros o virão salvar, como naquela noite de temporal em que o Boa Sorte naufragou. Não permitirão que o chefe permaneça ali, longe das ruas em que se joga e brinca, longe dos pomares carregadinhos de frutos. Ele tem, planos maravilhosos para a quadrilha, que , até então, nada mais fizera do que roubar algumas sacas de laranjas, durante o Inverno que passou.
Mas os amigos não vêm, e a mãe, com as suas lágrimas, não consegue anular o depoimento dos guardas, dos caseiros e do Cabo do Mar, que tem uma cicatriz indelével no braço, feita pelo canivete do Gineto...
Rolam dias iguais a todos os dias; o Outono chega, cavalgando o vento. E Gineto mantém a mesma fé de quando entrou na prisão.
Através da cela, ouve um tropel de cavalos e alarido de muito povo, a entrecortar um sussurro distante, confuso, de música e tiros e vozes... É a Feira. Gineto anima-se, crente de que os companheiros virão buscá-lo neste dia de festa, trazendo Rosete com eles. Encosta a face às grades, espera o regresso à vida livre.
Uma voz canta, mesmo por baixo da janela, uma canção que ele ouviu, certa tarde, no alto do Mirante. Ele grita: - Gaitinhas! Tou aqui, Gaitinhas!
Mas a voz afasta-se. Gaitinhas-cantor vai com saguí correr os caminhos do mundo, à procura do pai. E, quando o encontrar, virá então dar liberdade ao Gineto e mandar para a escola aquela malta dos telhais - moços que parecem homens e nunca forma meninos."

Excerto de "Esteiros" de Soeiro Pereira Gomes
Desenho de Álvaro Cunhal

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Ferraz da Costa e o roubo em Portugal

Ferraz da Costa, ex-presidente da CIP, defensor dos baixos salários, dos off-shores, e do sigilo bancário, disse um dia deste a um jornal: "Portugal não tem dimensão para se roubar tanto"
A frase mostra uma preocupação, não com a possibilidade de se "roubar" já que isso não o incomoda, mas o facto de se "roubar tanto"!
Ferraz da Costa poderá vir a defender um sistema de cotas para o roubo! Quem ultrapassar o limite será preso! Naturalmente será um sistema percentual... Assim quem tiver 500 € poderá roubar 5. Quem tiver 5oo milhões poderá roubar 5 milhões.
Ferraz da Costa no final do mês compromete-se a não "roubar" mais do que 1% dos seus rendimentos e a pedir perdão a Deus por via do Padre Vitor Melícias que o absolverá, mandando-o rezar 3 padres-nossos e 4 avé-marias!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Suor dos pequenos trabalhadores

"(...)Corpo dobrado, suor a pingar, andaram dois dias naquela tarefa de carregar o forno, tijolo por tijolo, fiada por fiada, ora a partir de um topo, ora de outro, para que os tijolos, desencontrados, deixassem depois passar o fogo desde os arcos até aos ladrilhos.
Impaciente, mordiscando o cigarro, Zé Vicente debruçou-se vezes sem conta no beiral, a bradar:
- Então isso não vai, gente?
- É trabalho que não se vê, patrão. Mas já cá temos uma boa conta de adagues...
- Nunca mais chegam cá acima.
Também eles assim pensaram, fartos de olhar o mesmo pedaço de céu que parecia assente nas paredes calcinadas, em que o sol punha revérberos de entontecer.
Todavia, horas depois, quando a fadiga quebrava os corpos pela cintura e as bocas dos forneiros ofegavam, secas como tijolo cozido, o forno acendeu. (...)"

Excerto de "Esteiros" de Soeiro Pereira Gomes
Desenho de Álvaro Cunhal.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

"Lenhador"


"Lenhador" - Pintura a óleo de Orlando Mattos

domingo, 23 de agosto de 2009

"Teatro dos Vampiros"

"Sempre precisei
De um pouco de atenção
Acho que não sei quem sou
Só sei do que não gosto...

E nesses dias tão estranhos
Fica a poeira
Se escondendo pelos cantos
Esse é o nosso mundo
O que é demais
Nunca é o bastante
E a primeira vez
É sempre a última chance
Ninguém vê onde chegamos
Os assassinos estão livres
Nós não estamos...

Vamos sair!
Mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos
Estão procurando emprego...

Voltamos a viver
Como há dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas...

Vamos lá, tudo bem!
Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite
Ter um lugar legal prá ir...

Já entregamos o alvo
E a artilharia
Comparamos nossas vidas
E esperamos que um dia
Nossas vidas
Possam se encontrar...

Quando me vi
Tendo de viver
Comigo apenas
E com o mundo
Você me veio
Como um sonho bom
E me assustei
Não sou perfeito...

Eu não esqueço
A riqueza que nós temos
Ninguém consegue perceber
E de pensar nisso tudo
Eu, homem feito
Tive medo
E não consegui dormir...

Vamos sair!
Mas estamos sem dinheiro
Os meus amigos todos
Estão, procurando emprego...

Voltamos a viver
Como a dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas...

Vamos lá, tudo bem
Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite
Ter um lugar legal prá ir...

Já entregamos o alvo
E a artilharia
Comparamos nossas vidas
E mesmo assim
Não tenho pena de ninguém..."

Legião Urbana

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

"Mãe Negra"

"Pela estrada desce a noite
Mãe-Negra, desce com ela...

Nem buganvílias vermelhas,
nem vestidinhos de folhos,
nem brincadeiras de guisos,
nas suas mãos apertadas.
Só duas lágrimas grossas,
em duas faces cansadas.

Mãe-Negra tem voz de vento,
voz de silêncio batendo
nas folhas do cajueiro...
Ai nas folhas do cajueiro

Tem voz de noite, descendo,
de mansinho, pela estrada...

Que é feito desses meninos
que gostava de embalar?...
Que é feito desses meninos
que ela ajudou a criar?...
Quem ouve agora as histórias
que costumava contar?...

Mãe-Negra não sabe nada...
Mas ai de quem sabe tudo,
como eu sei tudo

Mãe-Negra!...
Os teus meninos cresceram,
e esqueceram as histórias
que costumavas contar...
Muitos partiram p'ra longe,
quem sabe se hão-de voltar!...
Só tu ficaste esperando,
mãos cruzadas no regaço,
bem quieta bem calada.

É a tua a voz deste vento,
desta saudade descendo,
de mansinho pela estrada.."

Letra de Alda Lara
Música de Paulo de Carvalho ( A negrito está a parte do poema musicada, no vídeo com versão alterada)
Neste vídeo com Sofia Barbosa

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Maquineta pequeno trabalhador do carvão

"(...) Começou a descarga. Cesto virado, cesto cheio... - pernas vergadas ao peso do carrego, pé lesto e com jeito na palma da prancha, que o trambolhão era de respeito - o formigueiro humano não parou mais. No pontão, o capataz vigiava a descarga; nos barcos, os homens de confiança não davam confiança às pás.
- Andem-me com isso de cagulo!
Cesto virado, cesto cheio... As vagonetas deslizavam nos carris e o carvão já formava monte no terreiro.
- Ó tu, papo-seco dum raio! Que estás à espera?
A exclamação escarninha era para Maquineta. Papo-seco... Nem se lembrara de tirar o casaco , que estreara há três anos, pela Feira. E agora, mascarrado e roto, enrodilhava-se nos braços, dava-lhe ao corpo feição de espanta-pardais.
Cesto virado, cesto cheio... O Maquineta ia e vinha arquejante e suado - pés com jeito na palma da prancha, que as botas escorregavam como em sebo e apertavam-lhe os pés.
Na fábrica, a buza apitou demoradamente. Oito horas. O coração de Maquineta bateu com mais força sob o peito oprimido. Iam entrar nas oficinas.
«... Chego lá e digo: - Sôr Anriques, eu sou o rapaz que a patroa mandou...» É verdade. Era Anriques o nome do capataz. Mas já de nada valia lembrar-se.
Má-Cara notou a atitude abatida do pequeno trabalhador e increpou-o, colérico:
- Langão dum raio! Já atrasaste um caminho. Se andas a dormir, eu estou com os olhos abertos.
E não contente, virou-se para os homens do barco:
- Tomem-me conta deste cesto. Carreguem-lhe no peso, ouviram?
Maquineta deitou um olhar suplicante para os camaradas das pás. Eles, porém, eram homens de confiança, e sabiam que o chefe estava com os olhos abertos...
Então o moço, humilhado e vencido, sentindo-se sozinho no meio daquela gente que não reparava no seu jeito para serralheiro, deixou que as lágrimas fizessem sulco longo nas faces mascarradas.
Um camarada tocou-lhe no ombro:
- Não chores, pá! Olha que o gajo tá-se a rir de ti.
Encheu-se de brio; cerrou os lábios. «Nem que rebentasse, daria ensejo a troça.» Mas os cestos pesavam mais e mais. Já não sabia se as gotas que lhe escorriam pelas faces eram de pranto ou de suor. O capataz a rir-se no pontão... - e os pés em suplício, prisioneiros das botas como ele todo dos olhares felinos do Má-Cara.
Fez rodilha do casaco e descalçou um pé, antes que lhe aprontassem o cesto. mas os braços dos homens eram como êmbolos de máquinas.
- Avia-te, moço...
Lá foi, prancha acima - pé nu e pé calçado -, sob a chacota do capataz, mais dura que o carrego. Ia-se-lhe o pensamento para a buza altaneira, que limitava cansaços na fábrica e se esquecia dele, ali, junto do rio. como se o tempo fosse outro Má-Cara, a reger aquela empreitada de fadigas.
E o batelão que não tinha fundo!... «Mas nem que rebentasse, arriaria. Havia de calcar o cesto aos pés, no fim do trabalho. E, depois, ao passar pelo capataz, direito e natural como se o corpo ainda guardasse forças para dar e vender, cuspiria para o lado com desprezo.»
A voz de comando estalou no ar, como chicotadas:
- Larga de conversa! É andar.
Aquilo não era com ele. Porque, se abrisse boca, seria para gritar a sua revolta contra tudo e todos. Por isso mordia os beiços e sondava a caverna do batelão, sempre negra, sem miragens.
O Má-Cara fora também lá abaixo trespassar o negrume com o seu olhar felino, e voltara com ar de vencedor. Mais um cesto e outro...
- Desferrem!
Maquineta ficou de braço no ar e cesto às costas, como se não tivesse ouvido.
- Veio-te agora o poder? Poisa lá o cesto.
Fitou de frente o capataz. A boca seca, sedenta, não o ajudou a cuspira para o lado, com desprezo. Quis endireitar o corpo exausto... vacilou. O cesto caiu-lhe das mãos... As pernas encaminharam-se para o portão de saída...
E foi a mãe quem recebeu, depois, a féria daquele dia.(...)"
Excerto de "Esteiros" de Soeiro Pereira Gomes

Orçamentos para as Eleições Legislativas e a vergonhosa manipulação do Diário de Notícias

O Diário de Notícias publica hoje um manipulador artigo sobre os orçamentos das forças políticas para as eleições legislativas deste ano. O Jornalista? João Pedro Henriques pega nos valores orçamentados pelos partidos, omite factos, e manipula os dados puxando para título "PCP é o que mais aumenta gastos de campanha". Título manipulador, desde logo, pelo facto de falar em PCP quando quem concorre às eleições é a CDU, coligação formada pelo PCP-PEV.
Mas os valores orçamentados pelas forças concorrentes são os seguintes:

Podia o jornalista puxar para título factos como:

PS é o Partido que mais gasta

PS gasta tanto em comicíos quanto a CDU na campanha toda (facto omitido pelo jornal)

PS gasta mais quase 300 mil euros só em propaganda que a CDU na campanha toda (facto omitido pelo jornal)

PS gasta só em brindes perto de metade do dinheiro que a CDU gasta na campanha toda (facto omitido pelo jornal)

PS e PSD em conjunto gastam quase o dobro da soma das outras forças

Mas isto seria se o jornalista e o Diário de Notícias quisessem ser sérios o que não é o caso!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Entrevista a Jerónimo de Sousa - O Jornalismo tendencioso do jornal de negócios

Hoje o Jornal de Negócios traz uma entrevista a Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do PCP, realizada pela jornalista Helena Garrido. A Helena Garrido, além de escrever um péssimo português e de não saber que quando se cita alguém não se lhe altera as frases, demonstra uma total falta de isenção o que até nem é de estranhar já que trabalha no Jornal de Negócios que tem de estar ao serviço dos (grandes) negócios.
Começa no que se poderá chamar de título, supostamente, uma citação de Jerónimo de Sousa, mas só supostamente, porque o que Jerónimo disse, como no texto da entrevista se pode ler, foi: "O aumento do salário mínimo seria acompanhado pelo abaixamento dos custos da energia". Não a frase que lhe foi atribuída pela Jornalista, meia sem sentido e de um português no mínimo mal elaborado: "Subida do salário mínimo seria com redução no preço da energia".


Depois continuam os disparates e o jornalismo tendencioso e manipulador quando no sub-título, Helena Garrido, escreve: "Jerónimo de Sousa defende uma política económica de ruptura. A aposta na produção nacional passa pela subida do salário mínimo nacional, descida do preço da energia e facilidade no acesso ao crédito. Com nacionalizações" - Se é Jerónimo quem defende a aposta na produção nacional então falta o "que" antes do "passa"... A não ser que seja a jornalista que defende! E depois o "Com nacionalizações" no final deste texto só se percebe se a jornalista estiver a querer dar a ideia, errada e manipuladora, a quem lê, de que Jerónimo defende a nacionalização de micro e pequenas empresas, o que ele não diz em nenhum lado da entrevista.
As manipulações continuam nas perguntas realizadas pela Jornalista. Perante a proposta de baixar os preços da energia, colocada por Jerónimo de Sousa, vem a pergunta de um "jornalismo de negócios": "Como é que se consegue reduzir a factura da energia se neste momento o preço que se pratica é já inferior aos custos de produção da energia?" - Os membros dos Conselhos de Administração destas empresas ficaram naturalmente satisfeitos com Helena Garrido!
Ao que Jerónimo responde algo que deve ter abalado a Helena Garrido, "Jornalista dos negócios": "Acerte a afiirmação com um facto: Durante a legislatura de José Sócrates essas três empresas de energia - Galp, EDP e REN - tiveram qualquer coisa como 7.120 milhões de euros de lucro."
Nesta altura como o objectivo não resultou a jornalista muda a estratégia e então o problema deixa de ser o facto de o preço estar abaixo do custo de produção e passa a ser a concorrência internacional, afirma em jeito, transviado, de pergunta:" Estas empresas concorrem a nível internacional. Que efeito é que essas medidas poderiam ter no valor dessas empresas e no acesso ao financiamento para fazerem investimentos de modernização?"
Pergunta manipuladora, que Jerónimo desmonta com: " Em relação a esses investimentos verifica-se que a Galp, por exemplo, comprometeu-se a investir na área do petróleo e não o fez."
Mas o melhor, e mais revelador do jornalismo manipulador desta pseudo-jornalista é quando pergunta: "Tem consciência de que se o PCP ganhasse as eleições a bolsa caia, as taxas de juro cobradas pela banca internacional aumentavam?" Com este espumar anti-comunista pré histórico que nem um australopiteco seria capaz a jornalista revela tudo.
Ela deseja que, se o PCP ganhar as eleições, se dê o colapso da bolsa, venha a vingança da banca internacional e até possivelmente, quem sabe, se dê o Apocalipse!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Manuel Alegre arrasa propostas de Ferro Rodrigues???

O Diário de notícias noticia hoje que "Alegre arrasa propostas de Ferro Rodrigues" , lendo o título pode-se ficar com a ideia (errada) de que existe um diferendo de opiniões e propostas entre os dois, mas lendo o conteúdo da noticia ficamos a saber que não o diferendo está na forma.
Alegre considera que falar de coligação entre PS e PSD no pós eleições pode "contribuir para o aumento da abstenção." Poderá dar a ideia que Manuel Alegre é contra a coligação com o PSD, mas não... Ele teme é que o povo ao ver que PS e PSD querem o mesmo não votem neles. E portanto convém manter uma falsa divergência entre ambos para que o povo "faça a escolha entre PS e PSD".
Manuel Alegre discorda assim da oportunidade (de oportunismo) de falar no assunto, considera que "vem a destempo"... Claro, é preferível, para Alegre, enganar oportunisticamente o povo, para depois se coligarem e continuarem com as mesmas políticas.
Até porque para Manuel Alegre, o PS não quer coligações com PCP (que defende uma ruptura com as políticas que PS tem seguido) nem com o BE (talvez, por questões de "destempo")
Alegre não diz, mas subentende-se, como Vieira da Silva que "Qualquer cenário(...)" (de coligação entre PS e PSD) "(...) só será avaliado(...)", (Oportunisticamente) "(...) quando se colocar."
Mais claro é Paulo Pedroso, (o escorraçado do PS para Almada, onde vai perder as autárquicas), que diz: "nem a coligação com o PSD se pode considerar um cenário impossível (...), os políticos têm que saber estar à altura das responsabilidades que os eleitores lhes vão conferir".E sobretudo têm de se manter a servir os grandes grupos económicos em prejuízo da esmagadora maioria do povo, como PS e PSD têm feito há mais de 30 anos...

domingo, 16 de agosto de 2009

"Fado Tropical"

"Oh, musa do meu fado
Oh, minha mãe gentil
Te deixo consternado
No primeiro abril

Mas não sê tão ingrata
Não esquece quem te amou
E em tua densa mata
Se perdeu e se encontrou
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal

"Sabe, no fundo eu sou um sentimental
Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dosagem de lirismo ( além da sífilis, é claro)
Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar
Meu coração fecha os olhos e sinceramente chora..."

Com avencas na caatinga
Alecrins no canavial
Licores na moringa
Um vinho tropical
E a linda mulata
Com rendas do alentejo
De quem numa bravata
Arrebata um beijo
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal

"Meu coração tem um sereno jeito
E as minhas mãos o golpe duro e presto
De tal maneira que, depois de feito
Desencontrado, eu mesmo me contesto

Se trago as mãos distantes do meu peito
É que há distância entre intenção e gesto
E se o meu coração nas mãos estreito
Me assombra a súbita impressão de incesto

Quando me encontro no calor da luta
Ostento a aguda empunhadora à proa
Mas meu peito se desabotoa
E se a sentença se anuncia bruta
Mais que depressa a mão cega executa
Pois que senão o coração perdoa"

Guitarras e sanfonas
Jasmins, coqueiros, fontes
Sardinhas, mandioca
Num suave azulejo
E o rio Amazonas
Que corre trás-os-montes
E numa pororoca
Desagua no Tejo
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um império colonial
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um império colonial"

Chico Buarque
No video com voz de Carlos do carmo

sábado, 15 de agosto de 2009

A mandatária do PS para a juventude e a repugnância pelo trabalho!

O PS e José Sócrates escolheram a sua mandatária para a Juventude, e escolheram Carolina Patrocínio! Carolina Patrocínio numa daquelas entrevistas num daqueles programas brilhantes da SIC para mostrar os interesses e gostos de figuras públicas normalmente bonitas e habitualmente acéfalas explicou quais os seus gostos: ficámos a saber que gosta da sua própria boca e dos seus próprios dentes de coelho, gosta de ir ao cabeleireiro e às compras (tem dinheiro para isso, algo que o PS, de que é mandatária, impede à maioria dos portugueses que trabalham. Trabalhar é coisa que ela não gosta como mais à frente explicarei), gosta do próprio cabelo e da pele e gosta que lhe façam festinhas no cabelo e nos pés. Carolina Patrocínio não gosta dos seus pés, e das unhas!!!! (coisa importante e um problema da humanidade).
Carolina Patrocínio adora "dar nas vistas e não gosto de passar despercebida". Nem gosta de pessoas invejosas ( deve ser a inveja dos dentes de coelho maravilhosos da menina!)
Mas o melhor da entrevista em que a Mandatária do PS revela a sua essência vem quando diz "Odeio os caroços nas frutas e não como sem a empregada os tirar, nem as grainhas das uvas, aquilo dá uma trabalheira..." ficamos a saber o que Carolina Patrocínio pensa em relação a trabalhar! Nada como pagar a uma empregada uns míseros euros para não se ter a "trabalheira".
Acrescenta que se considera "competitiva... prefiro fazer batota a perder". Aí está um bom princípio para a mandatária do PS aconselhar aos jovens... fazer batota!
A única coisa mais ou menos acertada da figura é quando, já quase no final da entrevista, diz: "preciso de viver ainda muito". Estaria mais acertado se dissesse viver muito e aprender, porque ainda não aprendeu nada!
E é esta a figura que é mandatária do PS para a Juventude, o que revela quais as propostas e políticas que o PS propõem para os jovens!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Canção dos Mineiros - adaptação do Hino dos Mineiros completo

No Poço de S. João
trá-lá-lá-lá-lá
Morreram quatro mineiros, vê lá...
Vê lá, companheiro, vê lá...
Vê lá como venho eu
Trá-lá-lá-lá-lá

Trago a cabeça aberta
Trá-lá-lá-lá-lá
Que me abriu uma barrena, vê lá...
Vê lá, companheiro, vê lá...
Vê lá como venho eu
Trá-lá-lá-lá-lá

Trago a camisa routa
Trá-lá-lá-lá-lá
E sangue de um camarada, vê lá...
Vê lá, companheiro, vê lá...
Vê lá como venho eu
Trá-lá-lá-lá-lá

Santa Bárbara bendita
Trá-lá-lá-lá-lá
Padroeira dos mineiros, vê lá...
vê lá, companheiro, vê lá...
Vê lá como venho eu
Trá-lá-lá-lá-lá

José Sócrates e o aumento do desemprego

Foi hoje anunciado que o desemprego em Portugal atingiu os 9,1% (naturalmente e como é habitual excluindo das estatísticas todos os desempregados que não têm direito a subsidio e todos os que se encontram em curso de formação profissional).
José Sócrates/PS, com o despudor e a falta de vergonha habitual, diz que os dados até são positivos porque, o desemprego, não cresceu tanto como era de esperar. O mesmo José Sócrates/PS que há 4 anos dizia ir criar 150 mil novos empregos, 4 anos passaram e o desemprego disparou. O mesmo José Sócrates diz, agora, que o desemprego vai diminuir no próximo ano (obviamente depois das eleições para que o povo não lhe cobre mais esta promessa).
Um dia após saudar o decrescimento do PIB em mais de 3% face ao ano anterior, agora saúda o aumento do desemprego.
José Sócrates parece não viver neste mundo. O desemprego aumenta, a pobreza aumenta, as empresas encerram e José Sócrates diz que estamos no bom caminho! E do ponto de vista dele estamos, porque os donos dos bancos e grandes grupos económicos continuam a acumular lucros de milhões e milhões! O "estamos" de Sócrates e do PS é referente a ele e áqueles que ele serve, que são os grandes empresários! Quem sofre com isso são os trabalhadores, os reformados, os pequenos e médios empresários!
Está na hora de romper com estas políticas!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

José Socrates e primeiro dia do princípio do fim da Crise

José Sócrates, no seu jeito demagogo habitual, veio anunciar que é hoje o "Primeiro dia do inicio do fim da crise". Isto porque o instituto nacional de estatísticas (não se sabe se por encomenda especifica ou não do Primeiro-Ministro) divulgou o estudo, sobre o comportamento da economia no segundo trimestre do ano, que aponta para um decréscimo do PIB em mais de 3% face a igual período do ano anterior. Mas como cresceu face ao primeiro trimestre, em 0,2 %, então os tais mais de 3% de decréscimo do PIB são muito positivos e é sinal de que estamos a sair da crise!!!! Mais não vale acrescentar sobre a demagogia barata que José Sócrates anunciou e os jornalistas dos orgãos de comunicação social não questionaram, até porque não é para isso que, os grupos económicos que são donos dos Jornais, rádios e TV's, lhes pagam!
Tudo uma encenação bem montada para que passe a imagem (falsa) que as medidas do Governo PS vão conseguir ultrapassar a situação desastrosa em que estão a deixar o País! Encenação montada com o devido cuidado para que fique a ideia: - de que é o início da saída da crise, mas cuidado!! Nas eleições votem em nós porque temos de continuar a sair da crise!

A saída da crise de Sócrates e do PS é a continuação de lucros fabulosos dos grandes grupos económicos, e do aumento das dificuldades daqueles que trabalham e dos que perdem o emprego!


terça-feira, 11 de agosto de 2009

A Gripe A, a comunicação social e as patetices da Ministra Ana Jorge

A montagem de uma paranóia colectiva sobre a chamada gripe A não dá descanso. Notícias diárias sobre o "problema" que desde Abril até agora matou 1500 pessoas (qualquer coisa como 10 pessoas por dia) em todo o mundo. Isto dá 700 vezes menos que o número de mortos pela fome!
Mas a comunicação social continua o seu papel de bajulador das grandes fortunas (capitalistas) e noticia durante longos e intermináveis minutos as novidades da Gripe A. Mostra estudos, feitos por donos de grandes empresas, chorando-se das consequências da gripe nos seus imensos lucros, para ver se os Governos retiram dos Estados (impostos de todos nós) dinheiro para os compensar dos milhares de Euros que, eventualmente, possam não vir a juntar às suas fortunas "pornográficas" de milhões e milhões de euros.
Não se perguntam porque apareceu a Gripe A (nem lhes interessa falar no assunto). Não se perguntam qual a relação entre a doença e as multinacionais da indústria farmacêutica (nem lhes interessa). Não se perguntam qual a ligação entre as indústrias farmacêuticas, os dirigentes da OMS e os grupos económicos que detêm a comunicação social (nem lhes interessam).
E no folclore colectivo montado surgem as declarações patéticas da Ministra da Saúde do Governo PS (Ana Jorge), dizendo que existem pais de crianças infectadas e doentes que propositadamente estão a transmitir a doença... Transformando algum caso pontual de recusa em cumprir as normas de segurança em situação generalizada. Afinal a poucos meses de eleições convém entreter o povo, para que nã0 se discuta a destruição do Serviço Nacional de Saúde encetado por este governo!
Entretanto neste dia em que se falou disto morreram 7000 pessoas de fome no mundo! A industria farmacêutica, a OMS, os grupos económicos, a comunicação social e a Ministra Ana Jorge assobiam para o lado em afinado mas repugnante concerto!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

"Porto Sentido"

"Quem vem e atravessa o rio
Junto à serra do Pilar
vê um velho casario
que se estende ate ao mar

Quem te vê ao vir da ponte
és cascata, são-joanina
erigida sobre um monte
no meio da neblina.

Por ruelas e calçadas
da Ribeira até à Foz
por pedras sujas e gastas
e lampiões tristes e sós.

E esse teu ar grave e sério
num rosto de cantaria
que nos oculta o mistério
dessa luz bela e sombria

Ver-te assim abandonado
nesse timbre pardacento
nesse teu jeito fechado
de quem mói um sentimento

E é sempre a primeira vez
em cada regresso a casa
rever-te nessa altivez
de milhafre ferido na asa"

Rui Veloso

Revolta em Prisão da Califórnia: Muitas preguntas ficam!

A revolta dos presos na prisão de Chino, no estado da Califórnia, Estados Unidos da América, deixa-me muitas perguntas: O que leva a maioria dos presos, segundo declarações de um policia, a uma revolta que destrói por completo um edifício da prisão sabendo que não podem sair do local que incendeiam? Estaremos a falar de pessoas todas com instintos suicidas? Como é possível que dos 80 polícias envolvidos na acção de controlo da revolta nenhum tenha saído ferido e 250 presos tenham ficado feridos, dos quais, 55 se encontrem em estado grave com traumatismos cranianos? Um incêndio pode provocar traumatismos cranianos?
Sem dados para aprofundar a resposta fica-me a sensação que para a maioria dos presos de um estabelecimento prisional iniciarem uma revolta deste calibre é porque algo de grave no seu tratamento lá ocorre.

domingo, 9 de agosto de 2009

O Clube dos Pobres

"(...) Àquela hora de fim de tarde, o clube dos pobres abarrotava de gente. Operários de rostos duros como o aço das máquinas, marítimos que traziam nos olhos a inquietação do rio, descarregadores hercúleos com risos de criança. Aqui e além, homens de braços caídos, à espera...
Festejavam a noite, que lhes trazia, nas dobras do manto negro, repouso e esquecimento. Noite que era o seu dia. Uns, abancados a mesas encardidas, procuravam no jogo das cartas a sorte que o trabalho lhes negava; outros, escorropichavam copos de vinho, recuperavam forças - iludiam as forças. Que ali tudo era ilusão: amálgama de risos e vozes, melodia indefinível de música que a telefonia jorrava; e, no ar empestado de fumo, à tona de tudo, um vago sonho de ventura. (...) "
Excerto de "Esteiros" de Soeiro Pereira Gomes
Pintura de Priscila Lima

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

"As Respigadoras"


Quadro "As respigadoras" de Jean-François Millet

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

"Lágrima de Preta"

"Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio."

Poema de António Gedeão
Música de José Niza
Cantado por Adriano Correia de Oliveira

Obter a Paz


"(...) Se esperam ver-nos de joelhos para obter a paz, então os Norte-Americanos terão de nos matar(...)"
Che Guevara

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O pluralismo do Público e de José Manuel Fernandes

A propósito da directiva da Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC), sobre a participação de candidatos a eleições em debates, entrevistas, comentários e outros espaços de opinião nos órgãos de comunicação social, José Manuel Fernandes, director do Jornal "Público" , decidiu discorrer no seu editorial de hoje sobre o assunto. José Manuel Fernandes indignou-se por a directiva, da ERC, fazer a sugestão da suspensão da participação ou colaboração "durante o período eleitoral de todos os comentadores, analistas, colunistas ou outra forma equivalente e regular em espaços de opinião" que sejam candidatos.
Na argumentação de José Manuel Fernandes: "tudo está errado nos raciocínios e conclusões da ERC". Isto porque o José não acha que está errado, o José sabe que está errado, afinal é o José quem define o que está certo e errado!
José diz que "o ponto de partida da ERC" é "o de que, nos períodos eleitorais, há um princípio geral de igualdade de oportunidades de acção e propaganda das candidaturas" e até acrescenta: "o que é verdade" (fica-me aqui a dúvida, então o Josézito não dizia que "tudo está errado no raciocínio e conclusões da ERC?? então em que ficamos? está errado ou é verdade?). Mas,(há sempre um mas nas verdades de José Manuel Fernandes), "(...) o princípio da igualdade de oportunidades não se resolve impondo métricas nem (...) expulsando dos espaços de opinião os que lá estão." (então como se resolve Josézito?) "Até porque os espaços de opinião são espaços de opinião que não obedecem às mesmas regras dos espaços de notícia" Ora cá está!!! Afinal o que o Josézito quer é ter espaços onde não tenha de respeitar"o princípio geral de igualdade de oportunidades de acção e propaganda das candidaturas"... O tal espaço que, segundo José Manuel Fernandes (o Josézito), "não obedecem às mesmas regras" mas como a ERC sugere que obedeçam e o Josézito irritou-se.
Isto porque o José Manuel Fernandes (Josézito) garante que "é a liberdade de imprensa que assegura o pluralismo (...) e é utilizando critérios jornalísticos que é possível dar aos eleitores (...) o mais relevante da campanha eleitoral." Quais critérios jornalísticos? O josézito responde dando exemplo: "houve pequenos partidos e pequenos candidatos que, graças à sensibilidade dos jornalistas, mereceram a atenção que lhes era devida e que, (...), correspondeu a votações mais elevadas do que certos "assinantes" de todas as campanhas eleitorais". Esta pérola do José Manuel Fernandes (o Josézito) diz tudo... Os critérios jornalísticos são a sensibilidade dos jornalistas que deram a atenção aos candidatos que a sua sensibilidade lhes dizia que eles mereciam e tudo foi premiado com boas votações. Aqui está o pluralismo: o José Manuel Fernandes define o que é certo e errado, a sua sensibilidade do certo e errado diz-lhe quem são os candidatos e partidos que merecem a atenção, e ele dá-lhes a atenção promovendo-os para que eles tenham boas votações! Por isso fica irritado com a directiva da ERC que quer acabar com este regabofe do Sr. José Manuel Fernandes e outros que tais!
Termina o editorial dizendo "na próxima campanha eleitoral para a assembleia da República com poderes constituintes, devia estar sobre a mesa uma proposta de extinção daquele organismo espúrio." Isto porque José Manuel Fernandes quer ser o único detentor do espúrio... o jornalismo espúrio que pratica e promove!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O Jornalismo Elitista da SIC

Os noticiários da SIC de ontem e hoje transformaram em notícia a abertura recente de um clube que permite a utilização de carros de luxo a quem se quiser lá inscrever. A troco de uma módica quantia de 1000 euro de jóia e de uns 15 mil euro anuais de quota os interessados podem conduzir carros luxo sempre que quiserem. Estes valores que a esmagadora maioria dos portugueses não ganha de salário por ano são apresentados como um achado para quem não possa comprar nenhum destes automóveis, alguns com custos de 300 mil €??????????.
A SIC, ao transformar isto em notícia, mostra a quem se dirigem as notícias que transmite... Dirigem-se a uma elite!
É assim o "Jornalismo" da SIC, de Pinto Balsemão e Ricardo Costa!

A mais bela qualidade


"(...) Sejam sobretudo capazes de sentir bem no fundo toda a injustiça cometida contra alguém, em qualquer parte do mundo. Essa é a mais bela qualidade de um revolucionário(...)"
Che Guevara

domingo, 2 de agosto de 2009

"Morning, going out to work"


Pintura de Van Gogh

sábado, 1 de agosto de 2009

"Carta"

"Não falei contigo
Com medo que os montes e vales que me achas
Caíssem a teus pés...
Acredito e entendo
Que a estabilidade lógica
De quem não quer explodir
Faça bem ao escudo que és...

Saudade é o ar
Que vou sugando e aceitando
Como fruto de verão
Nos jardins do teu beijo...
Mas sinto que sabes que sentes também
Que num dia maior serás trapézio sem rede
A pairar sobre o mundo
Em tudo o que vejo...

É que hoje acordei e lembrei-me
Que sou mago feiticeiro
Que a minha bola de cristal é folha de papel
Nela te pinto nua, nua
Numa chama minha e tua.
Numa chama minha e tua

Desconfio que ainda não reparaste
Que o teu destino foi inventado
Por gira-discos estragados
Aos quais te vais moldando...
E todo o teu planeamento estratégico
De sincronização do coração
São leis como paredes e tectos
Cujos vidros vais pisando...

Anseio o dia em que acordares
Por cima de todos os teus números
Raízes quadradas de somas subtraídas
Sempre com a mesma solução...
Podias deixar de fazer da vida
Um ciclo vicioso
Harmonioso ao teu gesto mimado
E à palma da tua mão...

É que hoje acordei e lembrei-me
Que sou mago feiticeiro
Que a minha bola de cristal é folha de papel
Nela te pinto nua, nua
Numa chama minha e tua.
Numa chama minha e tua.

Desculpa se te fiz fogo e noite
Sem pedir autorização por escrito
Ao sindicato dos deuses...
Mas não fui eu que te escolhi.
Desculpa se te usei
Como refúgio dos meus sentidos
Pedaço de silêncios perdidos
Que voltei a encontrar em ti...

É que hoje acordei e lembrei-me
Que sou mago feiticeiro...

...nela te pinto nua, nua
Numa chama minha e tua.
Numa chama minha e tua.

Ainda magoas alguém
O tiro passou-me ao lado
Ainda magoas alguém...
Se não te deste a ninguém
Magoaste alguém
A mim... passou-me ao lado.
A mim... passou-me ao lado"

Toranja