" (...) Lisboa, pálida, espraiada, começou então a nascer do mar, do Tejo e das colinas, numa sugestão de harmonia que se opunha à imagem de pujança das cidades que trazia na retina. Havia qualquer coisa de definitivo no seu perfil cansado. O rio que lhe corria aos pés também não lembrava o Paraíba aos saltos. Envelhecera certamente da velhice dos rios, que o professor de geografia, no Ginásio, tantas vezes nos explicara. Mas era justamente de uma serenidade assim que eu precisava, ressabiado como vinha de violências de toda a ordem, ainda há pouco, já quase no fim da viagem, renovadas a bordo. (...)"
Excerto do Livro "A Criação do Mundo II" de Miguel Torga
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