domingo, 31 de maio de 2009
"O Povo"
e estive no meio deles, na pedra que tocavam,
na jornada fragorosa
e nas altas canções da luta.
Vi como iam de conquista em conquista.
Só a sua resistência era caminho
e, isolados, eram como estilhaços
duma estrela, sem boca nem brilho.
Juntos, na unidade feita silêncio,
eram o fogo, o canto indestrutível,
a lenta passagem do homem sobre a terra,
feito profundidades e batalhas.
Eram a dignidade que combatia
o que fora espezinhado, e despertava,
como um sistema, a ordem das vidas
que batiam à porta e se sentavam
com as suas bandeiras na sala central."
Pablo Neruda, in "Canto Geral"
sábado, 30 de maio de 2009
CDU recebe apoio de mais de 1600 dirigentes, delegados Sindicais e membros de Comissões de Trabalhadores
A comunicação social desvaloriza o facto.
E a TSF deturpa-o: "Ilda Figueiredo assinalou ainda o facto de ter recebido 1654 postais de funcionários e dirigentes sindicais de todo o país" Não foram funcionários!!!! Mentir é a arma de quem quer deturpar a realidade!
A comunicação social, as sondagens e a censura da campanha da CDU
3 Notas
a Antena 1 em dezenas de noticiários esta semana, esqueceu-se de informar sobre a campanha da CDU e só a da CDU, porque dos outros falou!
A RTP sistematicamente insiste em ordenar as noticias sobre as forças políticas não por resultados eleitorais anteriores que reflectem a vontade do povo, mas sim pelas sondagens que eleição a eleição reflectem os desejos de alguns de redução do voto da CDU e que eleição a eleição falham e não cumprem os sonhos mais ou menos delirantes de quem encomenda as sondagens - é caso para dizer lá vão voltar a bater com a cabeça na mesinha de cabeceira e acordarem para a realidade!
O único noticiário que vi na TVI 24, pela hora, de almoço conseguiu falar a campanha dos partidos com deputados eleitos, menos da campanha da CDU, Não terá sido feito campanha? Foi sim, mas convém calar, para que não se saiba, afinal a rigorosa (des)informação tem objectivos
Semana de Campanha para as Europeias 2009
PS (José Sócrates e Vital Moreira) e PSD (Manuela Ferreira Leite e Paulo Rangel) vão-se acusando mutuamente, de forma mais clara, mais provocatória ou mais dissimulada de uns e outros estarem envolvidos em escândalos de corrupção PS atira com a roubalheira do BPN ao PSD e PSD atira com Freeport e o apêndice das pressões sobre magistrados ao PS. No meio o eterno aliado salta pocinhas ora de um ora de outro o CDS de Paulo Portas e Nuno Melo vai acusando ambos. Todos tentam fugir a discutir os problemas do País e as consequências de muitas das políticas, que a União Europeia aprovou, para o País. Entende-se que o façam já que teriam de assumir que a situação é culpa daquilo que tem andado a aprovar por cá e por lá!
O candidato Portas não o Paulo, mas o irmão Miguel e o Bloco andam a conhecer os problemas do País?????? O que quer dizer que Miguel Portas esteve 4 anos eleito no Parlamento Europeu sem conhecer os problemas do País!!!.... Deve ter sido por isso que quase não falou lá durante 4 anos! Ou seja este mandato foi para se ambientar!!!!
A CDU arrancou a campanha com uma Marcha, com a participação de Ilda Figueiredo e Jerónimo de Sousa, que juntou quase 100 mil pessoas. E termina a semana a receber o apoio de mais de 1600 Dirigentes, delegados sindicais e membros de Comissões de Trabalhadores. Curiosamente a CDU tem tido poucas notícias na comunicação social... Porque será?
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Vital Moreira - Pela boca morre o peixe - Ataque aos trabalhadores
Vital Moreira - Pela boca morre o Peixe - O ataque aos Funcionários públicos
O que é ingratidão política para Vital Moreira? Não agradecer uma vida de sacrifícios e de miséria da maioria dos trabalhadores da Função pública? Não agradecer que, com os aumentos de 2009, a soma dos últimos 4 anos se ficam por uma redução dos salários face à inflação? que deviam agradecer os trabalhadores da Função pública ao Governo? Estarem mais pobres?
Não pode "estoirar o orçamento" em pagamento de salários aos trabalhadores, mas já pode estoirar a dar milhões aos bancários? A (in)coerência de Vital Moreira é muito peculiar!
Vital Moreira - pela boca morre o peixe - o ataque aos trabalhadores dos CTT
Vital Moreira - pela boca morre o peixe!
terça-feira, 26 de maio de 2009
Jornalistas impedidos de participar em visita da CDU
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Lutar e Transformar
Estão zangados connosco! Uns e outros receiam a CDU. Com razão diga-se! Os trabalhadores e o povo português têm um dilema. Ou aceitam o prosseguimento do rumo desastroso para onde esta política está a conduzir o país ou consideram que é o momento de dizer basta e exigir a ruptura e a mudança pela luta e pelo voto!
É no PCP e na CDU que reside a força em que os trabalhadores e o povo português podem, sem hesitação, confiar na força que honra a palavra, que leva a sério os compromissos assumidos, que não cede nem concede perante os interesses instalados que os alimentam e apoiam. É na CDU que reside a força e a proposta de ruptura e de construção de um Portugal com futuro, com obra realizada em condições de assegurar as mais elevadas responsabilidades na vida política nacional, tão mais possíveis e alcançáveis quanto mais larga for a votação na CDU.
É na Coligação Democrática Unitária que reside a força que dá segurança e garantias de não desiludir quem nela confia e apoia, ancorada nas mais sentidas aspirações populares, que usará esse apoio e esse voto, não para ter e para mostrar, mas para agir e lutar por uma vida melhor! Dia 7 nas eleições para o Parlamento Europeu, com o reforço da CDU em votos e mandatos estaremos a dar um passo adiante na construção desse caminho novo porque nos batemos!
Hoje, aqui, perante esta Marcha inesquecível, a maior acção alguma vez realizada por uma força política em Portugal, o sentimento que temos é de esperança e confiança!
Esperança e confiança que não ficam à espera porque na força imensa que somos todos juntos, pulsa o coração e o querer para lutar e transformar! (...)
"Funeral de um Lavrador"
É a conta menor que tiraste em vida
É de bom tamanho, nem largo nem fundo
É a parte que te cabe deste latifúndio
Não é cova grande, é cova medida
É a terra que querias ver dividida
É uma cova grande para teu pouco defunto
Mas estarás mais ancho que estavas no mundo
É uma cova grande para teu defunto parco
Porém mais que no mundo te sentirás largo
É uma cova grande para tua carne pouca
Mas a terra dada não se abre a boca
É a conta menor que tiraste em vida
É a parte que te cabe deste latifúndio
É a terra que querias ver dividida
Estarás mais ancho que estavas no mundo
Mas a terra dada não se abre a boca."
Chico Buarque de Hollanda / João Cabral de Mello Neto
Testes nucleares da Coreia do Norte e a Hipócrisia Mundial
domingo, 24 de maio de 2009
sábado, 23 de maio de 2009
Marcha Protesto Confiança e Luta! Perto de 100 mil pessoas - as fotografias - III
Marquês do Pombal invadido
Bandeiras e mais bandeiras
Todos os espaços foram poucos para tantos milhares de pessoas
Marcha Protesto Confiança e Luta! Perto de 100 mil pessoas - as fotografias - II
Um enchente de cores pintou a cidade de vontade de mudar
Um Mar de gente em protesto e com confiança na sua luta
Bandeiras a perder de vista
Marcha Protesto Confiança e Luta! Perto de 100 mil pessoas - as fotografias
Encheram a capital de bandeiras
Exigiram mudar de Rumo!
A longa marcha que encheu avenidas
Chamou-se Partido!!
Levou os livros e os cantos
até aos muros do terror,
juntou uma queixa e outra queixa
e o escravo sem voz nem boca,
todo o vasto sofrimento,
recebeu um nome, chamou-se Povo,
Proletário, Sindicato,
tornou-se pessoa e presença.
E este habitante transformado
forjado no combate,
este organismo corajoso,
esta implacável tentativa,
este metal inalterável,
esta unidade das dores,
esta fortaleza do homem,
este caminho para amanhã,
esta cordilheira sem fim,
esta primavera germinal,
este armamento dos pobres,
saiu daqueles sofrimentos,
do mais fundo da pátria,
do mais duro e mais ferido,
do mais alto e mais eterno
e chamou-se Partido.
Partido Comunista. (...)"
Excerto do Poema "Recabarren" in "Canto Geral" de Pablo Neruda
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Marcha Protesto Confiança e Luta!
Acontecimentos fascistas e o Governo Sócrates
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Manuel Pinho e as Garantias para a AutoEuropa!
quarta-feira, 20 de maio de 2009
"Calero, Trabalhador dos Bananais (Costa Rica, 1940)"
"Não te conheço. Li a tua vida nas páginas de Fallas,
gigante obscuro, menino ferido, esfarrapado e errante.
Daquelas páginas voam o teus riso e as tuas canções
no meio das bananeiras, na lama sombria, a chuva e o suor.
Que vida a dos nossos, que alegrias ceifadas,
que forças destruídas pela comida ignóbil,
que cantos derrubados pela casa esburacada,
que poderes humanos aniquilados pelo homem!
Mas havemos de mudar a terra. A tua sombra alegre não irá
de charco em charco até à morte nua.
Mudaremos, unindo as nossas mãos,
a noite que te cobre com a sua abóbada verde.
(As mãos dos mortos que tombaram,
com estas e outras mãos que constroem,
estão seladas, como as alturas andinas,
com a profundidade do seu ferro enterrado.)
Mudaremos a vida para que a tua linhagem
sobreviva e construa a sua luz organizada."
Poema de Pablo Neruda em "Canto Geral"
terça-feira, 19 de maio de 2009
Ratazanas, vermes, sanguessugas, abutres e outros espécimes
Assumindo eu, desde já, que não consigo me rir nem sequer sorrir ao ver as actuações do dito grupo, e portanto a minha crítica está obviamente condicionada pelo meu gosto pessoal.
Mas este video, tinha de o comentar porque além da falta de humor, tem alguns conceitos que considero moralmente inaceitáveis.
O primeiro surge logo da própria construção do discurso do personagem, supostamente alguém que está a ditar palavras de ordem para um grupo de pessoas que se manifesta, e que no enredo do discurso só diz palavras soltas sem deixar transparecer nenhuma frase digna do nome, caricaturando assim quem se manifesta como uns débeis mentais que "não dão duas para a caixa" e que advém, certamente, de algum conceito de superioridade intelectual que os autores julgam ter sobre os caricaturados. Mas como todos os sentimentos de superioridade advém de complexos de inferioridade que fiquem com eles, (os sentimentos e os complexos) o máximo que posso aconselhar é psicanálise.
O segundo e para mim, moralmente repugnante, é o da frase que faz de refrão da música "e o povo pá, o povo quer mais dinheiro para comprar um carro novo", frase que deve, certamente, retratar o "povo" da convivência dos autores que por verem todos os outros à imagem e semelhança do seu próprio umbigo generalizam atribuindo aos caricaturados as suas próprias preocupações, já que, como o seu alcance visual termina no próprio umbigo, não conseguem ver que a preocupação de muitos daqueles (trabalhadores) que se manifestam reclamando mais dinheiro (salários) fazem-no com a preocupação, não tão intelectual como a dos autores da música, de comprar um carro novo, mas, de poder comprar comida para os filhos e poder pagar os estudos dos filhos (com a minha esperança de que os filhos saibam aproveitar os ditos estudos para verem mais longe que os humoristas em causa, o que também não é preciso muito, basta largarem o umbigo).
A terceira e última é a utilização constante por parte dos autores de manifestações utilizando os manifestantes que caricaturam para gravar os seus programas que vendem a uma qualquer estação de TV.
Ou seja vivem à custa das dificuldades do povo que passa, caricaturando-o com as suas (dos autores) próprias preocupações mesquinhas para ganharem dinheiro.
Mas é assim, dos esgotos alimentam-se as ratazanas, da podridão os vermes, das águas estagnadas as sanguessugas, da morte os abutres e das dificuldades alheias espécimes destes.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
London, London
I'm lonely in London, London is lovely so
I cross the streets without fear
Everybody keeps the way clear
I know I know no one here to say hello
I know they keep the way clear
I am lonely in London without fear
I'm wandering round and round, nowhere to go
While my eyes go looking for flying saucers in the sky
Oh Sunday, Monday, Autumn pass by me
And people hurry on so peacefully
A group approaches a policeman
He seems so pleased to please them
It's good at least, to live and I agree
He seems so pleased, at least
And it's so good to live in peace
And Sunday, Monday, years, and I agree
While my eyes go looking for flying saucers in the sky
I choose no face to look at, choose no way
I just happen to be here, and it's ok
Green grass, blue eyes, grey sky
God bless silent pain and happiness
I came around to say yes, and I say
While my eyes go looking for flying saucers in the sky
Caetano Veloso
Versão cantada por Paulo Ricardo
Estatisticas desaparecidas
Só ainda não se conseguiu perceber como foi possível tal acontecer com um número tão redondo, o tal número que faria com que o número de desempregados tivesse ultrapassado os 500 mil. Assim não ultrapassou, mas é por certo pura coincidência... Ou será mais uma campanha negra?
Os globos de ouro anti-crise
domingo, 17 de maio de 2009
Vitalino Canas - O Cata vento
Quando dias antes sobre as gotas de água atiradas ao candidato Vital Moreira disse que havia indícios, nunca provados, que militantes do PCP estariam nessas "agressões" e isso lhe bastava para dizer que o PCP tinha responsabilidades.
Cá está o verdadeiro Cata vento para onde o vento se vira assim se vira Vitalino Canas.
sexta-feira, 15 de maio de 2009
quinta-feira, 14 de maio de 2009
"A Morte"
de estrelas derrotadas, reconstruindo o fio
das eternidades que povoei com as minhas mãos,
e agora vou morrer, sem mais nada, a não ser terra
sobre o meu corpo, destinado a ser terra.
Não comprei a parcela de céu que os sacerdotes
vendiam, nem aceitei as trevas
que os metafísicos manufacturavam
para o ócio dos poderosos.
Quero estar na morte com os pobres
que não tiveram tempo de estudá-la,
enquanto os espancavam os que têm
o céu dividido e ordenado.
A minha morte está preparada, como um fato
que me espera, da cor que amo,
com a dimensão que em vão procurei,
com a fundura de que necessito.
Quando o amor esgotou a sua matéria evidente
e a luta debulha os seus martelos
em outras mãos, aumentando-lhes a força,
vem a morte e apaga os sinais
que a pouco e pouco construíram as tuas fronteiras."
Poema de Pablo Neruda in "Canto Geral"
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Tempo de futuro conquistado
que suavemente desliza no céu azul
aproveitando a suave rota
do vento que se movimenta para sul.
O tempo vai-se escoando
como a areia numa ampulheta,
e o longo caminho percorrido
aproxima-se da, desejada, meta.
Tempo de esperas ultrapassadas,
de sonhos e desejos ansiados,
de pedras, no caminho, contornadas
incertezas, duvidas e medos vencidos.
Tempo presente aproximado,
lento mas em rota certa
a um tempo de futuro conquistado
por uma espera atenta.
Um futuro tantas vezes sonhado,
e conquistado num presente caminhar.
Um presente marcado
por um futuro de te amar.
terça-feira, 12 de maio de 2009
O voto dos Patrões
"O Bloco de Esquerda tem muitas propostas interessantes mas extremamente radicais e não é possível a meio de um crise serem adoptadas" - ou seja, noutro momento que não seja de crise, as propostas do Bloco são "interessantes" para os interesses dos Patrões.
"As soluções que são apresentadas pelo Partido Comunista são conhecidas e (...) não nos interessam" - claro que não lhe interessam porque são soluções para servir os trabalhadores e não os patrões.
Estas declarações de Francisco Van Zeller deixa claro qual o voto que os trabalhadores devem ter nas próximas eleições.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
"Os Meninos do Huambo"
Os meninos de Huambo fazem alegria
Constroem sonhos com os mais velhos de mãos dadas
E no céu descobrem estrelas de magia
Com os lábios de dizer nova poesia
Soletram as estrelas como letras
E vão juntando no céu como pedrinhas
Estrelas letras para fazer novas palavras
Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade
Com os sorrisos mais lindos do planalto
Fazem continhas engraçadas de somar
Somam beijos com flores e com suor
E subtraem manhã cedo por luar
Dividem a chuva miudinha pelo milho
Multiplicam o vento pelo mar
Soltam ao céu as estrelas já escritas
Constelações que brilham sempre sem parar
Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade
Palavras sempre novas, sempre novas
Palavras deste tempo sempre novo
Porque os meninos inventaram coisas novas
E até já dizem que as estrelas são do povo
Assim contentes à voltinha da fogueira
Juntam palavras deste tempo sempre novo
Porque os meninos inventaram coisas novas
E até já dizem que as estrelas são do povo"
Paulo de Carvalho
domingo, 10 de maio de 2009
Rua de Gente que Trabalha
Pelas tardes cálidas de verão, os moradores vinham para a soleira da porta, e ali ficavam a tomar o ar, que é fresco e gratuito, e a contar as novidades velhinhas da sua vida sempre igual.
As crianças - umas raquíticas, outras seminuas - vinham também (agora já não vêm) espalhar-se em grupos, a brincar. E então a rua convertia-se no mundo encantador da sua imaginação. Havia buracos que eram precipícios; pedras que semelhavam castelos; montes de lixo convertidos em florestas. O mar era o fio de água que escorria pelas valetas; os bocados de madeira flutuavam como barcos; os papeís rasgados transformavam-se em peixes. Até a areia, que o vento arrastava aos montões, era removida, com mil cuidados, nas latas enferrujadas... (...)"
Excerto de "As crianças da Minha Rua" in "Contos Vermelhos e outros escritos" de Soeiro Pereira Gomes
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Os imigrantes não são os culpados da Crise
Foi assim na Alemanha de Hitler, na Itália de Mussolini e agora de Berlusconi!
Não diz o Ministro que os patrões promovem e alimentam a imigração para poderem explorar mais estes trabalhadores e pagarem menos, aumentando assim os seus lucros.Não diz o Ministro o porquê do fenómeno da imigração, porque teria de dizer que a imigração é resultado da pobreza e da miséria nos países do terceiro mundo em resultado da imensa exploração desses países por parte das multinacionais e governos dos países ocidentais que o Ministro Vieira da Silva e o Governo PS defende e apoia! Não diz o Ministro que os imigrantes vêm na maioria das vezes em busca de condições de vida que lhes permitam fugir de morrer à fome, fome essa que os governos ocidentais nada fazem para evitar e que em muitos casos são resultado dos pacotes de medidas económicas impostas a esses países pelos Governos Ocidentais com o patrocínio do Fundo Monetário Internacional ao serviço das Multinacionais Ocidentais, como são os exemplos desastrosos da Etiópia, do Ruanda, do Peru, da Argentina entre muitos outros, em que os pacotes de ajuda económica dos países ocidentais tinham como contrapartida medidas que levaram à destruição económica de países e resultaram em desemprego, fome, milhares de mortos de fome (Etiópia e peru) e numa guerra (Ruanda).
Não diz nada disto porque teria que reconhecer que a culpa, também, é sua e das políticas que defende!
Não diz porque os trabalhadores e o povo poderiam perceber que a solução passa por cortar definitivamente com as políticas seguidas nos últimos 30 anos em Portugal e poderiam vir os trabalhadores e o povo a fazer um Abril de novo!
quarta-feira, 6 de maio de 2009
"A Grande Alegria"
Eu tenho a alegria duradoura do mastro,
o legado dos bosques, o vento do caminho
e um dia decidido sob a luz terrestre.
Não escrevo para ficar prisioneiro de outros livros,
nem para esforçados aprendizes de lírio,
mas para simples habitantes que pedem
a água e a lua, elementos da ordem imutável,
escolas, pão e vinho, guitarras e ferramentas.
Escrevo para o povo, ainda que este não possa
ler a minha poesia com os seus olhos rurais.
Virá o momento em que uma linha, o vento
que sacudiu a minha vida chegará aos seus ouvidos,
e então o camponês levantará os olhos,
o mineiro sorrirá ao partir a pedra,
o fogueiro limpará a fronte,
o pescador verá melhor o brilho
do peixe que, palpitando, lhe queimará as mãos,
o mecânico, limpo, todo ele lavado de fresco,
cheirando a sabão, olhará os meus poemas,
e eles dirão talvez: "Era um camarada."
Isso me basta, é essa a coroa que pretendo.
Quero que à saída das fábricas e das minas
a minha poesia esteja aderida à terra,
ao ar, à vitória do homem maltratado.
Quero que o jovem, na dureza
que construí, com lentidão, nos metais,
como uma caixa, ao abri-la, encontre na sua frente a vida
e, mergulhando aí a sua alma, sinta as rajadas que fizeram
a minha alegria, nas alturas tempestuosas."
Poema de Pablo Neruda in "Canto Geral"
terça-feira, 5 de maio de 2009
"Chão nosso"
pelo ventre do arado
Pão a pão
no teu ventre semeado
dia em dia levaremos
a vontade do nosso corpo ainda acorrentado.
Contigo nos libertaremos
das ofensas que não perdoamos
Chão nosso desvendado
sol a sol pelo fogo do arado,
pela mão oprimida, da razão
luta de morte e de vida.
Chão nosso, da nossa batalha,
glória, glória a quem o trabalha
Chão nosso fecundado de amor e suor
amanhecem trigo pela mão de sete escravos
componeses sem terra
Ide chão nosso levantará liberto
as mãos obreiras nosso pão de cada dia"
segunda-feira, 4 de maio de 2009
José Socrates irá pedir desculpa??
Como o acto de destruição à "facada" e "catanada" não se enquadra no espírito democrático de respeito e de diálogo que José Sócrates diz defender, então certamente que José Sócrates e o PS irão pedir desculpa à CDU mostrando assim que são pessoas de palavra e princípios, com espinha dorsal e de uma rectidão exemplar! Ups!!! Os actos foram há 5 dias e não pediram desculpas... Lá se foi a palavra, os princípios, a espinha dorsal e a rectidão, devem-se ter afogado nas gotas de água!
"Moça morena e ágil..."
o que dilata os trigos, o que retorce as algas,
fez o teu corpo alegre, os luminosos olhos
e essa boca que tem o sorriso da água.
Um sol negro e ansioso enrola-se-te nos fios
da negra cabeleira, quando estendes os braços.
Tu brincas com o sol como se fosse um esteiro
e ele deixa-te nos olhos dois escuros remansos.
Moça morena e ágil, nada de ti me abeira.
Tudo de ti me afasta, como do meio-dia,
Tu és a delirante juventude da abelha,
a embriaguez da onda, a força que há na espiga.
Porém meu coração sombrio te procura
e eu amo o teu corpo alegre, a tua voz solta e fina.
Borboleta morena, suave e definitiva
como o trigal e o sol, como a papoila e a água."
Pablo Neruda, poema do livro "Vinte poemas de amor e uma canção desesperada"
Desenho de Cipriano Dourado
domingo, 3 de maio de 2009
A Gripe e os critérios jornalísticos de classe dominante
A resposta é simples, porque os órgãos de comunicação social privilegiam na escolha dos critérios aquilo que preocupa e pode afectar quem faz a escolha das notícias e os donos das cadeias noticiosas. Dito de outra forma como a fome não os atinge não querem saber, mas como numa das suas viagens turísticas ou de negócios podem contrair a doença esta passa a ser um enorme problema do mundo (do mundo deles que começa e acaba no próprio umbigo)
Esta escolha noticiosa é a demonstração (apenas mais uma) que as notícias não são para relatar o que se passa no mundo, mas para relatar o que se passa numa classe do mundo. Na classe dos que dominam e exploram. Por isso, a gripe os preocupa e a fome não!
sábado, 2 de maio de 2009
O Cínico Profissional
Mas após isso o Sr. Vital Moreira e o PS terão exigido à CGTP organizadora da Manifestação um pedido de desculpas por esta agressão violenta das gotas de água, compreendendo que o embate de gotas de água é algo muito doloroso parece-me difamatório insinuar que a central sindical em causa tenha premeditado e comandado a atitude de um trabalhador mais exaltado pela hipocrisia e pela provocação dos "judas" que passam a sua vida a aprovar leis para o prejudicar e depois vão saudar cinicamente as comemorações do seu dia.
Mas a real causa do choro com lágrimas de crocodilo de Vital Moreira estava guardado para mais tarde quando diz que o ataque era da responsabilidade de comunistas que não lhe perdoam ter saído do Partido! O peso na consciência sempre trai os traidores. Ou pela boca morre o peixe como diz o povo.
Eu, por mim, não só lhe perdo-o como lhe agradeço ter saído do Partido! Não precisamos de gentinha que está ao lado de quem só provoca mais dificuldades, e mais sacrifícios ao povo! Não precisamos de quem defende medidas para beneficiar sempre os mesmos e para exigir sacrifícios sempre aos mesmos.
Pode o Sr. Vital ficar descansado, mas tenha cuidado que as lágrimas do crocodilo que deita podem causar mais danos à fatiota que as gotas de água que o trabalhador enviou porque essas eram puras e límpidas, já as lágrimas... para bom entendedor meia palavra basta!