"(...) - Cantei naqueles dias contra o inferno,
contra as afiadas línguas da cobiça,
contra o ouro empapado na tortura,
contra a mão que empunhava o chicote,
contra os que dirigem as trevas.
- Cada rosa abrigava um morto nas suas raízes.
A luz, a noite, o céu, cobriam-se de pranto,
os olhos desviavam-se ao ver as mãos feridas
e a minha voz era a única que enchia o silêncio.
- Eu quis que da condição humana nos libertássemos,
acreditava que o caminho passava pelo homem
e que daí tinha de surgir o nosso destino.
Cantei para aqueles que não tinham voz.
A minha voz bateu às portas até então fechadas
para que, combatendo, a Liberdade entrasse. (...)"
Excerto do Poema "Castro Alves do Brasil" In "Canto Geral" de Pablo Neruda
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