Uma forma de desviar as atenções é a grande cimeira do G20 (vinte países mais ricos à custa da exploração das matérias primas e da mão de obra barata dos outros cento e muitos países mais pobres, é o que esta sigla quer dizer traduzida para linguagem cuidada, porque, se for traduzida para linguagem do povo simples, então, a tradução da dita sigla quer dizer grupo de governantes filhos da puta, gatunos e ladrões dos 20 países que mais roubam os povos dos países mais pobres). Esta cimeira que televisões bem mandadas, jornais cães de fila, e rádios papagaio vão dizendo que vai estudar medidas para livrar o mundo da crise... como se quem rouba fosse procurar medidas para impedir que seja possível roubar!
No final da cimeira teremos jornalistas com sorrisos colgate a propagar, como bons propagandistas que são, as medidas que saírem da cimeira dizendo que estão encontradas as soluções para por fim à crise, ou seja, traduzindo em linguagem do povo, as soluções para apesar da crise e aproveitando-se dela os filhos da puta que têm vivido à custa da miséria de milhões poderem continuar a acumular lucros desmedidos à custa dos sacrifícios dos miseráveis.
Outra das formas é falar de futebol. E então temos: discussão de dois dias sobre se foi penalti, livre, ou se o local onde a bola bateu foi no braço, na mão, no peito, ou no cú do jogador! Temos directos sobre como correm os treinos, em que jornalistas excitados de olhos esbugalhados, como se estivessem a transmitir uma noticia do momento mais importante da história, falam do jogador A que caiu e aleijou o rabo tendo de pôr um pouco de gelo, do jogador B que teve uma caganeira e não pode ir ao treino, e do treinador que não quis fazer conferência de imprensa porque provavelmente lhe dói um dente!
Mas a forma de distracção preferida nos últimos tempos é o caso Freeport, e as suspeitas que envolvem o Primeiro Ministro José Sócrates. E falam do DVD, em que o inglês diz que Sócrates é corrupto, falam de que assinou o despacho à pressa antes do fim do mandato em que era Ministro do Ambiente (coitado do ambiente). E deixam o País em suspenso... será Sócrates culpado ou não? E depois dependendo da conclusão do processo farão as seguintes leituras:
1 – Se Sócrates for culpado, dirão em tom professoral à Marcelo Rebelo de Sousa, ou em tom arrastado pelo Whisky de Vasco Pulido Valente, ou então no tom de pateta alegre e de bobo da corte de António Vitorino é preciso um líder que o substitua porque o problema do Sócrates foi ser culpado, e não se deve confundir isso com as medidas políticas...
2 – Se Sócrates for inocente, respirarão de alívio e dirão afinal temos um Primeiro Ministro sério e por isso o povo não tem motivos para não o manter no poder!
Seja qual for o resultado, depois da novela mexicana de quinta qualidade, teremos a tentativa da concretização do objectivo, manter todas as políticas que têm levado à crise em que o País se encontra.
Pouco me importa se José Sócrates se deixou comprar ou não!!! O que importa não é os motivos que levam à prática política de José Sócrates e do Governo PS. O que importa é quais as políticas, que consequências provocam, quem beneficiam e quem prejudicam!
E nisso José Sócrates é Culpado!
Culpado de adoptar políticas que permitiram lucros de milhões para meia dúzia de abutres!
Culpado de adoptar políticas que retiram direitos aos trabalhadores e dão direitos (para explorar mais e pagar menos) aos patrões.
Culpado por adoptar uma política que fechou escolas, centros de saúde, hospitais e maternidades.
Culpado de adoptar uma política que reduz as já magras reformas dos que agora terminam uma vida dura de trabalho, algo que Sócrates e os seus ministros e outros lambe-botas nunca saberão o que é!
Culpado por adoptar políticas que ao não apostarem no aparelho produtivo leva ao desemprego de milhares de trabalhadores e à falência de milhares de famílias!
Agora só falta a condenação, não dos tribunais, mas a condenação do povo! A condenação de José Sócrates e de todos os que sempre defenderam e defendem as políticas que só levam à pobreza e à miséria da maioria das pessoas.
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