"(...) Ao aproximar-se da estátua, sentiu curiosidade em examinar a camponesa, de contornos estilizados, de pé sobre o pedestal. Vista de perto, evocava uma criatura suplicante cujo braço erguido parecia acusar carrascos invisíveis. Teymour admirou a habilidade do escultor que soubera integrar na sua obra este símbolo da opressão aparente e terrível nas sinuosidades da Pedra. Para quem soubesse entender a ironia, havia ali uma espécie de mensagem engenhosa deixada pelo artista. O coração de Teymour transbordava de reconhecimento por esse humorista desconhecido que muito se devia ter rido ao executar aquela encomenda paga pelo Governo.(...)"
Excerto do livro " Uma Conjura de Saltimbancos" de Albert Cossery
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