Quase que me comovi (mas só quase!) ao ver o ar (falso) de ofendido do Primeiro-Ministro José Sócrates quando se referia ás “ofensas” que na manifestação da passada sexta-feira os manifestantes usaram... Chamaram MENTIROSO ao senhor! Coitado! Tadinho! Desgraçadinho!
Vejam lá!... chamarem mentiroso a quem há quatro anos disse que não ia aumentar os impostos e aumentou!!
Vejam lá!... chamarem mentiroso a quem tem um Ministro que disse que as Leis do Trabalho do Governo anterior eram más e prejudiciais para os trabalhadores e precisavam ser revistas (tinha feito propostas e tudo) mas chegou ao Governo mandou as suas próprias propostas para o lixo e alterou, com o apoio e a admiração dos patrões que viram concretizados os seus sonhos de puderem explorar ainda mais os trabalhadores, as Leis do Trabalho para aprofundar e agravar ainda mais o que o anterior Governo tinha feito!Vejam lá!... chamarem mentiroso a quem disse que a grande prioridade ia ser a Saúde e nomeou um Ministro que em poucos meses fechou centros de saúde, serviços de urgência, Maternidades (hoje os filhos de muitos portugueses têm de ir nascer a Espanha) e Hospitais a um ritmo alucinante!
Vejam lá!... chamarem mentiroso a quem disse que iria fazer um referendo para os Portugueses darem a sua opinião sobre o Tratado Europeu e depois de estar no Governo com a desculpa esfarrapada que a maioria dos outros países não faziam então nós também não fazemos!
Diz o dicionário da língua portuguesa que mentiroso é aquele que mente!!! Logo não preciso acrescentar mais... Para bom entendedor meia palavra basta!
Mas esta “choradeira” de menino mimado do Srº Primeiro-Ministro... este ar de donzela ofendida... é a atitude que no texto "Aviso prévio" escrito há muitas décadas Álvaro Cunhal caracteriza:
"(...)A esse, como aos que agora me ocupam, o que mais dói não é o facto de procederem mal - isso é questão arrumada para sossego da consciência - mas o facto de outros comentarem duramente o seu mau procedimento. Formam assim uma esquisita fauna de «sentimentais», a quem chocam mais as palavras cruas do que os factos que elas exprimem. (...)"
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