"(...) Lá em baixo, porém, os operários brandiam as varas requeimadas na ponta, cada vez mais curtas, reprimiam tosses e blasfémias. Silhuetas negras que avançavam e fugiam, ora de braços ao alto, ora encurvadas, numa dança macabra do fogo e do trabalho, ao som das máquinas. De caras transfiguradas pelo clarão vermelho do braseiro, roupas numa rodilha, chamuscadas, já não pareciam homens, mas autómatos. E a gusa solidificava nos canais paralelos. E o calor subia pelos corpos, mais e mais... (...)"
Excerto de "Engrenagem" de Soeiro Pereira Gomes
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