"(...)Pela Ladeira do Mirante, a noite ia descendo, devagar. E, devagar, um sentimento bom despontava no peito de Gineto. O silêncio da tarde convidava a confidências. Contaram-nas. Como velhos amigos, descreveram a história das suas vidas curtas, sem história. Gaitinhas confessou a mágoa de ter renunciado à escola, porque a mãe adoecera.
- E o teu pai? - perguntou Gineto.
O filho de Madalena olhou a névoa que ensombrava o horizonte.
- Está muito longe - murmurou. E a medo, como se revelasse um crime:- Queria que eu fosse doutor.
A voz do Gaitinhas era de lágrimas cristalizadas. E Gineto teve pena que ser doutor não fosse coisa que se roubasse. (...)"
O filho de Madalena olhou a névoa que ensombrava o horizonte.
- Está muito longe - murmurou. E a medo, como se revelasse um crime:- Queria que eu fosse doutor.
A voz do Gaitinhas era de lágrimas cristalizadas. E Gineto teve pena que ser doutor não fosse coisa que se roubasse. (...)"
Excerto de "Esteiros" de Soeiro Pereira Gomes
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