
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
"Construção"
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acbou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado
Por esse pão pra comer, por esse chão prá dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir,
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair,
Deus lhe pague Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir,
Deus lhe pague"
Chico Buarque
domingo, 30 de agosto de 2009
Moços que parecem homens e nunca forma meninos

Por isso, atravessa de novo o esteiro, agora cheio de água; depois rasteja e corre para junto do carvão, com que vai enchendo a saca, precipitadamente, atento aos ruídos e focos de luz. As máquinas, porém, abafam os passos dos guardas, confundidos com as trevas. Quando esboça a fuga, é tarde de mais, perante homens lestos e potentes como o Rex - o canzarrão da Quinta Alta.
Preso e manietado, dorme no posto da Guarda Republicana, depois do interrogatório sumário. Dorme?... Não: Congemina fugas e pensa que os companheiros o virão salvar, como naquela noite de temporal em que o Boa Sorte naufragou. Não permitirão que o chefe permaneça ali, longe das ruas em que se joga e brinca, longe dos pomares carregadinhos de frutos. Ele tem, planos maravilhosos para a quadrilha, que , até então, nada mais fizera do que roubar algumas sacas de laranjas, durante o Inverno que passou.
Mas os amigos não vêm, e a mãe, com as suas lágrimas, não consegue anular o depoimento dos guardas, dos caseiros e do Cabo do Mar, que tem uma cicatriz indelével no braço, feita pelo canivete do Gineto...
Rolam dias iguais a todos os dias; o Outono chega, cavalgando o vento. E Gineto mantém a mesma fé de quando entrou na prisão.
Através da cela, ouve um tropel de cavalos e alarido de muito povo, a entrecortar um sussurro distante, confuso, de música e tiros e vozes... É a Feira. Gineto anima-se, crente de que os companheiros virão buscá-lo neste dia de festa, trazendo Rosete com eles. Encosta a face às grades, espera o regresso à vida livre.
Uma voz canta, mesmo por baixo da janela, uma canção que ele ouviu, certa tarde, no alto do Mirante. Ele grita: - Gaitinhas! Tou aqui, Gaitinhas!
Mas a voz afasta-se. Gaitinhas-cantor vai com saguí correr os caminhos do mundo, à procura do pai. E, quando o encontrar, virá então dar liberdade ao Gineto e mandar para a escola aquela malta dos telhais - moços que parecem homens e nunca forma meninos."
Excerto de "Esteiros" de Soeiro Pereira Gomes
Desenho de Álvaro Cunhal
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Ferraz da Costa e o roubo em Portugal

Ferraz da Costa poderá vir a defender um sistema de cotas para o roubo! Quem ultrapassar o limite será preso! Naturalmente será um sistema percentual... Assim quem tiver 500 € poderá roubar 5. Quem tiver 5oo milhões poderá roubar 5 milhões.
Ferraz da Costa no final do mês compromete-se a não "roubar" mais do que 1% dos seus rendimentos e a pedir perdão a Deus por via do Padre Vitor Melícias que o absolverá, mandando-o rezar 3 padres-nossos e 4 avé-marias!
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Suor dos pequenos trabalhadores

- Então isso não vai, gente?
- É trabalho que não se vê, patrão. Mas já cá temos uma boa conta de adagues...
- Nunca mais chegam cá acima.
Também eles assim pensaram, fartos de olhar o mesmo pedaço de céu que parecia assente nas paredes calcinadas, em que o sol punha revérberos de entontecer.
Todavia, horas depois, quando a fadiga quebrava os corpos pela cintura e as bocas dos forneiros ofegavam, secas como tijolo cozido, o forno acendeu. (...)"
Excerto de "Esteiros" de Soeiro Pereira Gomes
Desenho de Álvaro Cunhal.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
domingo, 23 de agosto de 2009
"Teatro dos Vampiros"
"Sempre precisei
De um pouco de atenção
Acho que não sei quem sou
Só sei do que não gosto...
E nesses dias tão estranhos
Fica a poeira
Se escondendo pelos cantos
Esse é o nosso mundo
O que é demais
Nunca é o bastante
E a primeira vez
É sempre a última chance
Ninguém vê onde chegamos
Os assassinos estão livres
Nós não estamos...
Vamos sair!
Mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos
Estão procurando emprego...
Voltamos a viver
Como há dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas...
Vamos lá, tudo bem!
Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite
Ter um lugar legal prá ir...
Já entregamos o alvo
E a artilharia
Comparamos nossas vidas
E esperamos que um dia
Nossas vidas
Possam se encontrar...
Quando me vi
Tendo de viver
Comigo apenas
E com o mundo
Você me veio
Como um sonho bom
E me assustei
Não sou perfeito...
Eu não esqueço
A riqueza que nós temos
Ninguém consegue perceber
E de pensar nisso tudo
Eu, homem feito
Tive medo
E não consegui dormir...
Vamos sair!
Mas estamos sem dinheiro
Os meus amigos todos
Estão, procurando emprego...
Voltamos a viver
Como a dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas...
Vamos lá, tudo bem
Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite
Ter um lugar legal prá ir...
E a artilharia
Comparamos nossas vidas
E mesmo assim
Não tenho pena de ninguém..."
Legião Urbana
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
"Mãe Negra"
Mãe-Negra, desce com ela...
Nem buganvílias vermelhas,
nem vestidinhos de folhos,
nem brincadeiras de guisos,
nas suas mãos apertadas.
Só duas lágrimas grossas,
em duas faces cansadas.
Mãe-Negra tem voz de vento,
voz de silêncio batendo
nas folhas do cajueiro...
Ai nas folhas do cajueiro
Tem voz de noite, descendo,
de mansinho, pela estrada...
Que é feito desses meninos
que gostava de embalar?...
Que é feito desses meninos
que ela ajudou a criar?...
Quem ouve agora as histórias
que costumava contar?...
Mãe-Negra não sabe nada...
Mas ai de quem sabe tudo,
como eu sei tudo
Mãe-Negra!...
Os teus meninos cresceram,
e esqueceram as histórias
que costumavas contar...
Muitos partiram p'ra longe,
quem sabe se hão-de voltar!...
Só tu ficaste esperando,
mãos cruzadas no regaço,
bem quieta bem calada.
É a tua a voz deste vento,
desta saudade descendo,
de mansinho pela estrada.."
Letra de Alda Lara
Música de Paulo de Carvalho ( A negrito está a parte do poema musicada, no vídeo com versão alterada)
Neste vídeo com Sofia Barbosa
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Maquineta pequeno trabalhador do carvão

Cesto virado, cesto cheio... As vagonetas deslizavam nos carris e o carvão já formava monte no terreiro.
Orçamentos para as Eleições Legislativas e a vergonhosa manipulação do Diário de Notícias

Podia o jornalista puxar para título factos como:
PS é o Partido que mais gasta
PS gasta tanto em comicíos quanto a CDU na campanha toda (facto omitido pelo jornal)
PS gasta mais quase 300 mil euros só em propaganda que a CDU na campanha toda (facto omitido pelo jornal)
PS gasta só em brindes perto de metade do dinheiro que a CDU gasta na campanha toda (facto omitido pelo jornal)
PS e PSD em conjunto gastam quase o dobro da soma das outras forças
Mas isto seria se o jornalista e o Diário de Notícias quisessem ser sérios o que não é o caso!
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Entrevista a Jerónimo de Sousa - O Jornalismo tendencioso do jornal de negócios

Ao que Jerónimo responde algo que deve ter abalado a Helena Garrido, "Jornalista dos negócios": "Acerte a afiirmação com um facto: Durante a legislatura de José Sócrates essas três empresas de energia - Galp, EDP e REN - tiveram qualquer coisa como 7.120 milhões de euros de lucro."
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Manuel Alegre arrasa propostas de Ferro Rodrigues???

Alegre considera que falar de coligação entre PS e PSD no pós eleições pode "contribuir para o aumento da abstenção." Poderá dar a ideia que Manuel Alegre é contra a coligação com o PSD, mas não... Ele teme é que o povo ao ver que PS e PSD querem o mesmo não votem neles. E portanto convém manter uma falsa divergência entre ambos para que o povo "faça a escolha entre PS e PSD".
Manuel Alegre discorda assim da oportunidade (de oportunismo) de falar no assunto, considera que "vem a destempo"... Claro, é preferível, para Alegre, enganar oportunisticamente o povo, para depois se coligarem e continuarem com as mesmas políticas.
Até porque para Manuel Alegre, o PS não quer coligações com PCP (que defende uma ruptura com as políticas que PS tem seguido) nem com o BE (talvez, por questões de "destempo")
Mais claro é Paulo Pedroso, (o escorraçado do PS para Almada, onde vai perder as autárquicas), que diz: "nem a coligação com o PSD se pode considerar um cenário impossível (...), os políticos têm que saber estar à altura das responsabilidades que os eleitores lhes vão conferir".E sobretudo têm de se manter a servir os grandes grupos económicos em prejuízo da esmagadora maioria do povo, como PS e PSD têm feito há mais de 30 anos...
domingo, 16 de agosto de 2009
"Fado Tropical"
"Oh, musa do meu fado
Oh, minha mãe gentil
Te deixo consternado
No primeiro abril
Mas não sê tão ingrata
Não esquece quem te amou
E em tua densa mata
Se perdeu e se encontrou
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal
"Sabe, no fundo eu sou um sentimental
Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dosagem de lirismo ( além da sífilis, é claro)
Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar
Meu coração fecha os olhos e sinceramente chora..."
Com avencas na caatinga
Alecrins no canavial
Licores na moringa
Um vinho tropical
E a linda mulata
Com rendas do alentejo
De quem numa bravata
Arrebata um beijo
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal
"Meu coração tem um sereno jeito
E as minhas mãos o golpe duro e presto
De tal maneira que, depois de feito
Desencontrado, eu mesmo me contesto
Se trago as mãos distantes do meu peito
É que há distância entre intenção e gesto
E se o meu coração nas mãos estreito
Me assombra a súbita impressão de incesto
Quando me encontro no calor da luta
Ostento a aguda empunhadora à proa
Mas meu peito se desabotoa
E se a sentença se anuncia bruta
Mais que depressa a mão cega executa
Pois que senão o coração perdoa"
Jasmins, coqueiros, fontes
Sardinhas, mandioca
Num suave azulejo
E o rio Amazonas
Que corre trás-os-montes
E numa pororoca
Desagua no Tejo
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um império colonial
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um império colonial"
Chico Buarque
No video com voz de Carlos do carmo
sábado, 15 de agosto de 2009
A mandatária do PS para a juventude e a repugnância pelo trabalho!

Mas o melhor da entrevista em que a Mandatária do PS revela a sua essência vem quando diz "Odeio os caroços nas frutas e não como sem a empregada os tirar, nem as grainhas das uvas, aquilo dá uma trabalheira..." ficamos a saber o que Carolina Patrocínio pensa em relação a trabalhar! Nada como pagar a uma empregada uns míseros euros para não se ter a "trabalheira".
Acrescenta que se considera "competitiva... prefiro fazer batota a perder". Aí está um bom princípio para a mandatária do PS aconselhar aos jovens... fazer batota!
A única coisa mais ou menos acertada da figura é quando, já quase no final da entrevista, diz: "preciso de viver ainda muito". Estaria mais acertado se dissesse viver muito e aprender, porque ainda não aprendeu nada!
E é esta a figura que é mandatária do PS para a Juventude, o que revela quais as propostas e políticas que o PS propõem para os jovens!
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Canção dos Mineiros - adaptação do Hino dos Mineiros completo
trá-lá-lá-lá-lá
Morreram quatro mineiros, vê lá...
Vê lá, companheiro, vê lá...
Vê lá como venho eu
Trá-lá-lá-lá-lá
Trago a cabeça aberta
Trá-lá-lá-lá-lá
Que me abriu uma barrena, vê lá...
Vê lá, companheiro, vê lá...
Vê lá como venho eu
Trá-lá-lá-lá-lá
Trago a camisa routa
Trá-lá-lá-lá-lá
E sangue de um camarada, vê lá...
Vê lá, companheiro, vê lá...
Vê lá como venho eu
Trá-lá-lá-lá-lá
Santa Bárbara bendita
Trá-lá-lá-lá-lá
Padroeira dos mineiros, vê lá...
vê lá, companheiro, vê lá...
Vê lá como venho eu
Trá-lá-lá-lá-lá
José Sócrates e o aumento do desemprego

Um dia após saudar o decrescimento do PIB em mais de 3% face ao ano anterior, agora saúda o aumento do desemprego.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
José Socrates e primeiro dia do princípio do fim da Crise

terça-feira, 11 de agosto de 2009
A Gripe A, a comunicação social e as patetices da Ministra Ana Jorge
Mas a comunicação social continua o seu papel de bajulador das grandes fortunas (capitalistas) e noticia durante longos e intermináveis minutos as novidades da Gripe A. Mostra estudos, feitos por donos de grandes empresas, chorando-se das consequências da gripe nos seus imensos lucros, para ver se os Governos retiram dos Estados (impostos de todos nós) dinheiro para os compensar dos milhares de Euros que, eventualmente, possam não vir a juntar às suas fortunas "pornográficas" de milhões e milhões de euros.
Não se perguntam porque apareceu a Gripe A (nem lhes interessa falar no assunto). Não se perguntam qual a relação entre a doença e as multinacionais da indústria farmacêutica (nem lhes interessa). Não se perguntam qual a ligação entre as indústrias farmacêuticas, os dirigentes da OMS e os grupos económicos que detêm a comunicação social (nem lhes interessam).
E no folclore colectivo montado surgem as declarações patéticas da Ministra da Saúde do Governo PS (Ana Jorge), dizendo que existem pais de crianças infectadas e doentes que propositadamente estão a transmitir a doença... Transformando algum caso pontual de recusa em cumprir as normas de segurança em situação generalizada. Afinal a poucos meses de eleições convém entreter o povo, para que nã0 se discuta a destruição do Serviço Nacional de Saúde encetado por este governo!
Entretanto neste dia em que se falou disto morreram 7000 pessoas de fome no mundo! A industria farmacêutica, a OMS, os grupos económicos, a comunicação social e a Ministra Ana Jorge assobiam para o lado em afinado mas repugnante concerto!
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
"Porto Sentido"
Junto à serra do Pilar
vê um velho casario
que se estende ate ao mar
Quem te vê ao vir da ponte
és cascata, são-joanina
erigida sobre um monte
no meio da neblina.
Por ruelas e calçadas
da Ribeira até à Foz
por pedras sujas e gastas
e lampiões tristes e sós.
E esse teu ar grave e sério
num rosto de cantaria
que nos oculta o mistério
dessa luz bela e sombria
Ver-te assim abandonado
nesse timbre pardacento
nesse teu jeito fechado
de quem mói um sentimento
E é sempre a primeira vez
em cada regresso a casa
rever-te nessa altivez
de milhafre ferido na asa"
Rui Veloso
Revolta em Prisão da Califórnia: Muitas preguntas ficam!

domingo, 9 de agosto de 2009
O Clube dos Pobres
Excerto de "Esteiros" de Soeiro Pereira Gomes
Pintura de Priscila Lima
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
"Lágrima de Preta"
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio."
Poema de António Gedeão
Música de José Niza
Cantado por Adriano Correia de Oliveira
Obter a Paz
"(...) Se esperam ver-nos de joelhos para obter a paz, então os Norte-Americanos terão de nos matar(...)"
Che Guevara
terça-feira, 4 de agosto de 2009
O pluralismo do Público e de José Manuel Fernandes

Isto porque o José Manuel Fernandes (Josézito) garante que "é a liberdade de imprensa que assegura o pluralismo (...) e é utilizando critérios jornalísticos que é possível dar aos eleitores (...) o mais relevante da campanha eleitoral." Quais critérios jornalísticos? O josézito responde dando exemplo: "houve pequenos partidos e pequenos candidatos que, graças à sensibilidade dos jornalistas, mereceram a atenção que lhes era devida e que, (...), correspondeu a votações mais elevadas do que certos "assinantes" de todas as campanhas eleitorais". Esta pérola do José Manuel Fernandes (o Josézito) diz tudo... Os critérios jornalísticos são a sensibilidade dos jornalistas que deram a atenção aos candidatos que a sua sensibilidade lhes dizia que eles mereciam e tudo foi premiado com boas votações. Aqui está o pluralismo: o José Manuel Fernandes define o que é certo e errado, a sua sensibilidade do certo e errado diz-lhe quem são os candidatos e partidos que merecem a atenção, e ele dá-lhes a atenção promovendo-os para que eles tenham boas votações! Por isso fica irritado com a directiva da ERC que quer acabar com este regabofe do Sr. José Manuel Fernandes e outros que tais!
Termina o editorial dizendo "na próxima campanha eleitoral para a assembleia da República com poderes constituintes, devia estar sobre a mesa uma proposta de extinção daquele organismo espúrio." Isto porque José Manuel Fernandes quer ser o único detentor do espúrio... o jornalismo espúrio que pratica e promove!
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
O Jornalismo Elitista da SIC
A SIC, ao transformar isto em notícia, mostra a quem se dirigem as notícias que transmite... Dirigem-se a uma elite!
É assim o "Jornalismo" da SIC, de Pinto Balsemão e Ricardo Costa!
A mais bela qualidade

"(...) Sejam sobretudo capazes de sentir bem no fundo toda a injustiça cometida contra alguém, em qualquer parte do mundo. Essa é a mais bela qualidade de um revolucionário(...)"
Che Guevara
domingo, 2 de agosto de 2009
sábado, 1 de agosto de 2009
"Carta"
Com medo que os montes e vales que me achas
Caíssem a teus pés...
Acredito e entendo
Que a estabilidade lógica
De quem não quer explodir
Faça bem ao escudo que és...
Saudade é o ar
Que vou sugando e aceitando
Como fruto de verão
Nos jardins do teu beijo...
Mas sinto que sabes que sentes também
Que num dia maior serás trapézio sem rede
A pairar sobre o mundo
Em tudo o que vejo...
É que hoje acordei e lembrei-me
Que sou mago feiticeiro
Que a minha bola de cristal é folha de papel
Nela te pinto nua, nua
Numa chama minha e tua.
Numa chama minha e tua
Desconfio que ainda não reparaste
Que o teu destino foi inventado
Por gira-discos estragados
Aos quais te vais moldando...
E todo o teu planeamento estratégico
De sincronização do coração
São leis como paredes e tectos
Cujos vidros vais pisando...
Anseio o dia em que acordares
Por cima de todos os teus números
Raízes quadradas de somas subtraídas
Sempre com a mesma solução...
Podias deixar de fazer da vida
Um ciclo vicioso
Harmonioso ao teu gesto mimado
E à palma da tua mão...
É que hoje acordei e lembrei-me
Que sou mago feiticeiro
Que a minha bola de cristal é folha de papel
Nela te pinto nua, nua
Numa chama minha e tua.
Numa chama minha e tua.
Desculpa se te fiz fogo e noite
Sem pedir autorização por escrito
Ao sindicato dos deuses...
Mas não fui eu que te escolhi.
Desculpa se te usei
Como refúgio dos meus sentidos
Pedaço de silêncios perdidos
Que voltei a encontrar em ti...
É que hoje acordei e lembrei-me
Que sou mago feiticeiro...
...nela te pinto nua, nua
Numa chama minha e tua.
Numa chama minha e tua.
Ainda magoas alguém
O tiro passou-me ao lado
Ainda magoas alguém...
Se não te deste a ninguém
Magoaste alguém
A mim... passou-me ao lado.
A mim... passou-me ao lado"
Toranja