Pesquisa personalizada

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Entrevista a Jerónimo de Sousa - O Jornalismo tendencioso do jornal de negócios

Hoje o Jornal de Negócios traz uma entrevista a Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do PCP, realizada pela jornalista Helena Garrido. A Helena Garrido, além de escrever um péssimo português e de não saber que quando se cita alguém não se lhe altera as frases, demonstra uma total falta de isenção o que até nem é de estranhar já que trabalha no Jornal de Negócios que tem de estar ao serviço dos (grandes) negócios.
Começa no que se poderá chamar de título, supostamente, uma citação de Jerónimo de Sousa, mas só supostamente, porque o que Jerónimo disse, como no texto da entrevista se pode ler, foi: "O aumento do salário mínimo seria acompanhado pelo abaixamento dos custos da energia". Não a frase que lhe foi atribuída pela Jornalista, meia sem sentido e de um português no mínimo mal elaborado: "Subida do salário mínimo seria com redução no preço da energia".


Depois continuam os disparates e o jornalismo tendencioso e manipulador quando no sub-título, Helena Garrido, escreve: "Jerónimo de Sousa defende uma política económica de ruptura. A aposta na produção nacional passa pela subida do salário mínimo nacional, descida do preço da energia e facilidade no acesso ao crédito. Com nacionalizações" - Se é Jerónimo quem defende a aposta na produção nacional então falta o "que" antes do "passa"... A não ser que seja a jornalista que defende! E depois o "Com nacionalizações" no final deste texto só se percebe se a jornalista estiver a querer dar a ideia, errada e manipuladora, a quem lê, de que Jerónimo defende a nacionalização de micro e pequenas empresas, o que ele não diz em nenhum lado da entrevista.
As manipulações continuam nas perguntas realizadas pela Jornalista. Perante a proposta de baixar os preços da energia, colocada por Jerónimo de Sousa, vem a pergunta de um "jornalismo de negócios": "Como é que se consegue reduzir a factura da energia se neste momento o preço que se pratica é já inferior aos custos de produção da energia?" - Os membros dos Conselhos de Administração destas empresas ficaram naturalmente satisfeitos com Helena Garrido!
Ao que Jerónimo responde algo que deve ter abalado a Helena Garrido, "Jornalista dos negócios": "Acerte a afiirmação com um facto: Durante a legislatura de José Sócrates essas três empresas de energia - Galp, EDP e REN - tiveram qualquer coisa como 7.120 milhões de euros de lucro."
Nesta altura como o objectivo não resultou a jornalista muda a estratégia e então o problema deixa de ser o facto de o preço estar abaixo do custo de produção e passa a ser a concorrência internacional, afirma em jeito, transviado, de pergunta:" Estas empresas concorrem a nível internacional. Que efeito é que essas medidas poderiam ter no valor dessas empresas e no acesso ao financiamento para fazerem investimentos de modernização?"
Pergunta manipuladora, que Jerónimo desmonta com: " Em relação a esses investimentos verifica-se que a Galp, por exemplo, comprometeu-se a investir na área do petróleo e não o fez."
Mas o melhor, e mais revelador do jornalismo manipulador desta pseudo-jornalista é quando pergunta: "Tem consciência de que se o PCP ganhasse as eleições a bolsa caia, as taxas de juro cobradas pela banca internacional aumentavam?" Com este espumar anti-comunista pré histórico que nem um australopiteco seria capaz a jornalista revela tudo.
Ela deseja que, se o PCP ganhar as eleições, se dê o colapso da bolsa, venha a vingança da banca internacional e até possivelmente, quem sabe, se dê o Apocalipse!

1 comentário:

ernesto azevedo disse...

Todos nós sabemos que os capitalistas e os senhores do grande capital são capzes de tudo para atingir objectivos. E não é por acaso que detem praticamente todos orgãos de comunicação social, pelo que teem todas as condições para deter em seu poder a opinião dominante e capaz de exercer essa posição sobre qualquer opinião existente.A opinião de Jerónimo de Sousa é profundamente incómoda e tão incómoda que neste momento o Jornal de negócios se sente na obrigação de ensaiar uma campanha de manipulação de deturpação da opinião.Para isto nada melhor do que uma jornalista má profissional e ignorante e de certeza profissional dependente para cumprir o papel sujo como este.mas ficou mesmo em evidência que foi profissionalmente péssimo pela impreparação da jornalista.mas uma coisa ficou em evidência é que a opinião de jerónimo de Sousa é cada vez mais importante, e PCP se coloca de facto copmo força alternativa e com propostas alternativas para o País.